quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Feliz Ano Novo!

Dezembro é um mês de emoções fortes. Faz dele parte as mais bonitas quadras. Época em que todos estamos mais despertos para as pequenas coisas, damos mais valor aos pormenores. Sorrimos a quem passa e desejamos Boas Festas a desconhecidos. A sensibilidade está à flor da pele. Somos mais solidários: contribuímos e ajudamos causas. Reunimos com os mais queridos e partilhamos com os que mais amamos.

Desejo que todos sejam tão bem-fadados, quanto eu.

Não sou supersticiosa, mas sou de hábitos. Na passagem do ano cumpro sempre com duas tradições: no pé direito uma nota - de baixo valor, o que conta é a intenção. Incutiram-me no sentido de dar sorte e guarda-la durante o ano inteiro. Se assim for, significa que consegui sobreviver sem ter de a gastar. Confesso que usei a minha de 2013 na semana passada. Estava a passar na portagem e a insensível da máquina dizia "cartão não lido", à terceira - ou quarta - rodeada de vozes a gritarem interiormente "insiste com o cartão", tive de me render à razão, até porque os condutores da retaguarda já pareciam agitados,  sem sonharem o conflito interno que estava a viver - por causa da dita nota, dobrada em quatro, no cantinho secreto da carteira.

Na mão - pegajosa - as doze passas. E no pensamento, os tão estudados desejos.

É impreterível para mim não ter estes dois ingredientes preparados minutos antes das doze badaladas. Para completar, se puder acompanhar a doce fruta com um flûte de champanhe, então as tradições ainda são o que eram.

Ah! E como me perco no tempo com o rebentar de cada foguete... Sou apaixonada por fogo de artifício! Quantas mais cores e variedades melhor! São minutos mágicos, onde me limito a sonhar...

Intenções à parte, é indispensável a presença do meu mais que tudo ao meu lado: o meu irmão. E se os amigos - e amores - são a família que escolhemos, há títulos da mãe natureza que devemos de valorizar, proteger e agradecer por ter de forma tão pura e genuína. O meu amor por ele é incondicional, e se havia alguém por quem morreria, esse alguém é ele. E enquanto pudermos, será um hábito a não perder.



Que 2015 vos - nos - traga tudo aquilo que o 2014 se esqueceu. Mas acima de tudo que nos brinde com muita saúde. Txiim txiim! 

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Amsterdam I love You!

Entusiasmada é pouco para descrever o sentimento que me invadia aquando da hora de fazer as malas. Queria tanto virar as costas à monotonia e os motivos eram mais que muitos. 

O entusiasmo manteve-se durante todo o trajecto. A curiosidade aumentou quando anunciaram a descida, e pouco depois estava oficialmente em terras Holandesas. Altura de encarar a zona de desconforto - penso sempre que dar barraca acompanhada é mais divertido. No entanto, facilmente apanhei o comboio e em pouco mais de 15 minutos estava na Amsterdam Centraal. Sai e bati de frente com a cidade, o termómetro roçava os negativos.




Amesterdão é sinónimo de liberdade. Liberdade total!

Não importa a cor ou a língua oficial, olham-nos exactamente da mesma maneira. Se nos vestimos bem ou nos entronchamos com o frio, para eles é indiferente. Todos diferentes, todos iguais, devia de ser o slogan. Embora tenha ficado com a ideia de que o frio gela os holandeses, por outro lado também acho que os conserva, são lindos de morrer e elas lindas de fazer inveja. 

Nos primeiros dois dias, tropeçava nas bicicletas, e estava mesmo a ver que ia conhecer ou dar a conhecer as instalações do hospital mais próximo. Eram rápidos e bem mais os adeptos das duas rodas sem motor do que aqueles que eu pensava. Sorte a deles - e a minha - que formatei o chip para me lembrar que eles existiam, e reconhecer o tlim tlim tliiiiiim constante das campainhas, antes da desgraça. Os silos automóveis dão lugar às bicicletas e o comum estacionamento transformasse noutro cenário - bem mais económico e saudável, reconheçamos.


Deliciei-me com as paisagens - especialmente com os canais. Vivi a cidade do ponto de vista dos locais. Fui a festas privadas e conheci pessoas de diversas nacionalidade, incluindo portugueses - em contagem decrescente para virem recarregar baterias no Natal, matar saudades e voltarem para o país em que resolveram apostar, por força das circunstâncias. Fui a bares em que de fora, numa rua com bastante animação e letreiros cintilantes, o destino era o único local que não tinha qualquer identificação, seria o último em que entraria sem a minha "guia", e teria sido um desperdício.


Passeava até que as pernas pedissem socorro e os ossos gritassem pelo calor de um qualquer espaço aquecido. E ai, foram muitas as agradáveis surpresas, Os espaços eram unânimes na decoração e no espírito. Provei as especialidades e tradições. Conheci os mercados. Maravilhei-me com a vista de dois cafés situados nos pontos mais altos e em diferentes locais. Vivi cada dia, para mais tarde recordar.





Inspirei toda a liberdade que me foi dada em terras desconhecidas, mas que me conquistaram.


Conheci a famosa Red Light Street que é ver para crer. O que me espantou não foi o conceito, foi mesmo a procura. Passo a explicar: é uma rua como tantas outras tirando a parte em que em vez de souvenires expostos, temos montras da largura de uma cabine telefónica, com camas ou sofás como pano de fundo, em que as independentes trabalhadoras estão expostas - com lingeries mínimas - à distância de um vidro, para quem as quiser "manusear". No entanto, se a cortina vermelha estiver fechada, é porque alguém foi mais rápido. De entre autenticas Barbies, haviam reais aberrações. A parte que me deixou boquiaberta, é que se eu fosse à procura, apostava nas beldades, que ao contrário do que pensava, não era a boneca mais vendida do mundo, mas o terror que morava ao lado - celulite, rugas, triplos pneus e idade avançada, parecem fazer as delicias dos senhores. A agenda delas - dizem as más línguas - já avizinham um ano cheio de trabalho. 

Ao contrário do que possa parecer, também fiquei com a ideia de que é uma cidade romântica. Uma espécie de Veneza moderna. Promessas de amor seladas com cadeados nas pontes. Passeios de bicicleta pelos jardins e quintas localizados nas principais artérias da cidade, tornando-a saudável, mesmo com toda a liberdade conhecida. 


Senti-me familiarizada o suficiente para percorrer as ruas na companhia dos desconhecidos que se cruzavam comigo. Daqueles que nunca mais voltarei a ver, mas que naquele momento preencheram o meu dia, e fizeram com que não me sentisse - nunca - sozinha. É uma cidade fácil de entender. Dá vontade de parar a cada recanto e observar.

Confesso que gostava de lá voltar, talvez na altura das festas da Rainha, no final de Abril, a cidade com mais uns graus é certamente mais convidativa para a rever e ver as minhas flores preferidas em flor.  De preferência noutro contexto, quero poder partilhar.

E não podia deixar de referir o quanto é bom a km´s de distância, no lugar mais comum como uma estação de comboios ou numa paragem de eléctrico ou simplesmente a caminhar na rua, ouvir falar português. Semelhante à parte em que dizem "bem-vindos ao aeroporto internacional de Lisboa". Eu adoro viajar, mas gosto muito de voltar e abraçar quem me espera.

Moral da história: esta viagem só vem provar que há males que vêm por bem. 

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

All my bags are packed i´m ready to go!

Viajar é abrir as portas ao desconhecido. É abraçar o imprevisto e sair da zona de conforto. É conhecer novas gentes, respirar um ar diferente e enriquecer a bagagem cultural. Viajar é perceber que há um mundo lá fora à nossa espera, nem que seja por uns dias. É um reset ao que vivemos, formatamos o disco de modo a ficar com a memória preparada para receber toda a informação possível. É instalamos o que é imprescindível e aproveitamos cada dia como se fosse o último. É sugamos  o que a cidade que elegemos tem para nos oferecer.

Viajar é bom, independentemente do motivo. 

Mesmo marcada com muita antecedência, fui obrigada a alterar as datas iniciais. As desvantagens da espera, rapidamente se tornaram vantagens: vai estar muito frio, é provável que apanhe neve e, pelo intervalo de tempo, espero deliciar-me com a decoração de Natal.

Não planei de forma a saber por onde vou andar ou o que vou visitar. O meu único pedido foi conhecer o Arena Stadium - é nestas alturas que eu percebo que sou estranha.


Embora tenha algumas indicações e sugestões. Vou à descoberta do desconhecido. Só amanhã durante a viagem me vou concentrar para isso - o tempo por cá escasseou para conseguir deixar tudo organizado. Mas uma certeza tenho: vou aproveitar ao máximo!

Estou num frenesim doido para embarcar. O meu nervosismo e ansiedade estão ao rubro - como uma miúda. 

Por cá, deixo a grande responsável impaciente por não poder abraçar esta aventura comigo. À minha espera a amiga que me abriu as portas de sua casa, do seu coração e do tempo. Os bens mais preciosos que alguém nos pode dar. 

Destino: Amesterdão!

Até logo!

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

As palavras que não te disse...

Quando acabamos uma relação - tenha a denominação que tiver - há sempre uma série de pensamentos - normalmente péssimos que nos corroem como acido - que ficam por dizer. Que na hora nos esquecemos. Que diríamos horas depois, quando o turbilhão de emoções acalmasse. Respostas que nos arrependemos. Ofensas irrefletidas. E outras tantas pensadas. Palavras letais, que perfuram afiadamente cada órgão vital, acabando por matar o que restava.

E infelizmente, esquecemos-nos de dar ênfase ao que houve de memorável.

Chegava sempre mais tarde do que a hora combinada, os dias andavam complicados. Entre a azafama das reuniões e das constantes viagens entre empregos, finalmente o dia acabava - contigo. E era tudo o que pensava ao longo de cada obstáculo.

Normalmente, esperavas por mim em tua casa. Nossa de vez em quando. O tempo suficiente para sermos o casal perfeito. Dentro daquele espaço, que sendo teu - nosso - nos completávamos. Gostava da tua casa, longe de tudo. Esquecia os problemas, o trabalho, as responsabilidades e as complicações - a vida real. Como se fosse um sonho - é a sensação que tenho.

Gostava da cumplicidade que nos unia. O que me fizeste redescobrir! - uma lufada de ar fresco.

Ao pé de ti era eu na minha plenitude. Tinhas a habilidade de trazer à tona o melhor de mim. Serenavas-me a alma e davas-me a paz de espirito guardada - escondida. Abstraia-me do mundo. Deixava lá fora - do outro lado da porta - as coisas menos boas. E talvez isso não tenha sido uma boa opção.

Não era amor. Mas foi uma paixão arrebatadora.

Sentia as pernas bambas ao subir a escada, e adorava a forma como me abrias a porta. O sorriso esboçado com ar de encantamento, o beijo e o abraço - compensava qualquer arrelia.

Uma nostalgia súbita se apodera de mim quando penso na forma como me beijavas - era sentido. A inevitável pulsação acelerada, a respiração ofegante e o que me segredavas ao ouvido... O beijo inesperado no escuro. A segurança e o conforto que me davas quando acordava a meio da noite e sentia o calor da tua mão bem no fundo das costas. 

Foi bom, tão bom enquanto durou.

Em fase da bonança, com as três letrinhas no fundo escuro bem interiorizadas, continua a ser bom relembrar - como um Amor de Verão. Faço-o com um sorriso. Não sinto saudades, mas recordo com o merecido respeito. Obrigada pelo que tivemos. Espero que me recordes da mesma maneira. Quando acordares do nosso sonho, não te esqueças, acabou. Sê feliz.


terça-feira, 21 de outubro de 2014

Longe da perfeição...

Tenho a mania que sou uma fada do lar. Depois, quando alguma coisa me corre menos bem, fico furiosa! Do género: Imaginem uma camisa nova que vão passar antes de estrear e não repararam que o ferro estava quente demais para o tão sensível tecido e só percebem naqueles escassos segundos em que vêm um fumo estranho, uma espécie de pó no ar e plim faz-se luz! A medo levantei o ferro de engomar que - sem culpa - me estragou o dia e é a constatação. A imaculada camisa mudara de design.

Teimosa como sou, vesti o raio da camisa assim mesmo. Com uma blusa sobreposta, o figurino estava composto, ninguém repara e pelo menos ainda desfilo a nova aquisição - pensei. Com um sorriso no rosto de não vencida - lá fui. 

Arrependi-me no momento em que me sentei no carro. Mas sou forte - debatia comigo mesma.

Até que senti um comichão e um incómodo - tão grande - de ter aquela pasta caramelisada nas costas, que para além de castigo, ainda descobri a minha costela masoquista que nem por um minuto me permitia esquecer o feito matinal. A meio da tarde, descobri que quanto mais direitinha tivesse mais me conseguia abstrair - e evitei sentar-me - houve alturas que passei cinco minutos sem arranhadelas. Vantagem: Postura!!

Ah!! O alivio que foi despi-la.

Conclusão: Não sou teimosa, sou é parva! E - especialmente hoje - longe da perfeição! 

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Estranho modo de vida...

Tantas são as vezes que dou por mim a divagar em assuntos que não sei como intitular. Outras vezes, há temas tão simples, que não me apetece chamar-lhe pelo nome próprio. Penso muitas vezes que tenho um estranho modo de vida. Mas ainda assim, não consigo ser diferente. Defendo os meus ideais com todas as forças. E há uma palavra que não consigo compreender: a infidelidade.

Recordo-me de haver alturas para tudo. 

Os morangos, as cerejas, a melancia, a meloa e o melão recebiam o Verão. As laranjas prevenirem as doenças de Inverno. As castanhas em meados de Outubro e Novembro, significava que o São Martinho estava para breve. Só havia bolo Rei à venda pouco antes do Natal até ao dia de Reis. E tudo tinha outro sabor. Agora, comemos tudo quando nos apetece, sempre que nos apetece. E isso, faz com que não tenhamos de esperar pela a sua época. Bem ou mal-ditas estufas. Evoluções e modernices.

Assim são as relações modernas: despidas de preconceitos. Sem esperas. Longe das expectativas de outros tempos. Conhecem-se primeiro os sinais cravados pelo corpo, antes dos sinais da alma. Damos - literalmente - o corpo as tentações antes de dar o coração. 

E se a liberdade é tão grande, porquê trair? 

Nunca traí, mas já fui traída. Agora à distância - uma mão cheia de anos - tento ver com maior clareza. Recordo-me da revolta e da bagunça emocional. Sentimentos que até tento compreender que se perdoe quando se tem um casamento e filhos. Que se tente dar uma segunda oportunidade. Se entenda como um deslize. Mas quando não se tem nada disso, nem contas em comum - laços - não há sentimento que resista à desilusão. Não perdoo nem a traição de um amigo, muito menos de um Amor. Mas o que era mesmo difícil de perceber era o porquê?! Porque não me tinha contado, alertado e tratávamos de tudo a bem, com uma declaração amigável - como quando batemos sem querer no carro de alguém. Podemos desgostar - é legitimo. Errado é, quando damos o outro como seguro - contra todos os riscos! E achamos que podemos tudo - até actos de vandalismo (emocional).

Pior, é que vislumbramos sempre - a outra - como uma super mulher, com poderes desconhecidos e ainda ficamos a perceber menos quando vemos a imagem. Sim, porque mulher que é mulher, não descansa enquanto não sabe como a dita é fisicamente - com os homens é igual. Antes fosse um mulherão daqueles de parar o trânsito, um poço de cultura e bem falante - daria o braço a torcer. Como raramente isso acontece, pergunto se valem a pena: os riscos, a adrenalina, as emoções à flor da pele e o desassossego? As mentiras e os jogos? E o esforço físico? - ah valentes! E o arrependimento? E mais - tanto! - a perda de confiança da legitima? E a perda total? - sem indemnização por parte da seguradora. 

Evitem magoar e descredibilizar quem vos ama. Sejam honestos. Teria em grande estima, consideração e nutriria um profundo respeito por quem fosse sincero, mesmo que me devastasse emocionalmente. 

E um dia, quando nos cruzássemos,  pensaria: despedaçou-me, mas foi um grande Homem. 

Não digo "nunca farei" porque já o disse noutras circunstancias e mordi a língua. Mas é das poucos coisas que arriscava a cuspir para o ar, e sem falsos moralismos, dificilmente me cairia em cima. 

Contudo, se tiver uma aventura, ao menos que valha a pena - já dizia o grande.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

O meu dia!

Era uma vez, uma adolescente com 16 anos que ficara grávida, estávamos no inicio dos anos 80.

Embora não fosse raro, havia sempre a alternativa - a anos luz da liberalização! - e essa fora colocada na mesa. Mas quando esse dia chegou, pediu a uma força superior que a ajudasse a tomar a decisão acertada e na hora da incerteza pediu que se não tivesse de o fazer que lhe desse um sinal. No mesmo instante, começou a chover. Coincidência ou não, foi graças a uma tempestade que cá estou.

Este é oficialmente o meu dia.

Nesta data, é inevitável fazer a retrospectiva do Passado, analisar o Presente e formalizar os desejos para o Futuro. É obrigatório meter na balança - na minha! - os aspectos positivos e negativos. Este ano em particular, foi uma dura batalha, pessoal e profissional, superada da melhor maneira possível. E foi no meio desta guerra - num fogo cruzado - que nasceu o blog - uma das melhores recordações dos já passados trinta e três. 

Seria muito ingrata para com a vida, se dissesse que fora madrasta comigo. Por isso, vou simplesmente agradecer a maior dádiva que alguém pode ter, a oportunidade de viver - literalmente. Acreditar que terei muitos e muitos anos, com o que de melhor ela tiver para me oferecer e enfrentar o que de menos bom me contemplar de vez em quando. Agradecer também aos que me rodeiam - de coração aberto - e me aceitam como sou. Aos que sem saberem através dos gostos, comentários e mensagens me enriqueceram - bem mais do que possam imaginar.

Gosto que seja um dia carregado de carisma. 

No entanto, a importância que ganhamos neste dia deixa-me desconfortável. O telefone toca o dia inteiro e repetimos o tempo todo "Obrigada! Muito obrigada!" e o sorriso vem naturalmente anexado a cada telefonema - até deixam uma dor `boa´ nas bochechas.  

Pensando  bem, é a palavra mais correcta: obrigada! Um bem-haja a todos os que fazem genuinamente parte da minha vida, não teria gracinha nenhuma sem vocês!

De madrugada, ao fechar a janela pingava grosseiramente. Sabe-se lá porquê acho sempre que a chuva - só neste dia - é um bom pressagio. Ao abri-la o mesmo cenário. Espero que seja a confirmação de que se avizinha um excelente ano.

Aniversário molhado, aniversário abençoado. 

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Querido Outubro!


Pensando bem, viver é uma tarefa complicada. 

Se há pouco tempo atrás, o tempo me fugia entre os dedos, tal era a azafama. Agora, sem motivos de força maior, o tempo sobeja. Será uma partida - de mau gosto - do destino, ou uma oportunidade ainda não aproveitada?

Na dúvida, resolvi dar tempo ao tempo e aproveita-lo da melhor maneira. A meu favor: a minha estação e mês preferido. Porquê? Porque é o meu. Contra: Nada.

Este calor temporário - de fazer inveja a alguns dias de Verão - faz-me ansiar pelos dias mais frios, pela forçada mudança de roupa - tão mais elegante e variada. E os cheiros! Ai os cheiros da terra molhada e das castanhas! Dos agasalhos e casacos! - Adoro casacos. Das botas! - adoro botas. E collants! - uma perdição. É uma estação charmosa e equilibrada. Provavelmente contribui para isso a balança que a representa, a dose certa do frio com o Sol a catrapiscar de vez em quando. 

E este regresso do meu querido Outono, remeteu-me para um período fantástico da minha tão feliz infância.  Das correrias e jogos - não, não eram na Ps 1, 2, 3 ou 4! Felizmente! E com ele, todos os valores que me passaram. Venho do nada, e por isso me incutiram a aprender a dar valor a tudo. Às mais pequenas coisas. Princípios que, aconteça o que acontecer, não podemos permitir que nos roubem e de preferência que não tenham de ser  relembrados.

Para que, independemente das circunstancias da vida, nos possamos defender com sensatez, boa-educação e com a humildade necessária. Ou ofender, com a mesma base. Não perdoo que me chamem de "mal educada", nem que indirectamente, porque quando o fazem, não só ofendem o preceito moral associado como quem tanto se esforçou para solidificar esta estrutura que tanto prezo.  Não sou perfeita e erro - oh se erro! Mas reconheço - de vez em quando. Não importa a escola onde iniciamos a nossa caminhada, mas como a acabamos. A certa altura, todos nos cruzamos. É a sociedade meus caros. É a vida.

O mesmo se passa com os amigos de infância, aqueles que para alem de perdurarem nas nossas melhores memórias e constarem no álbum das recordações - de papel, onde tocamos nas mesmas e partilhamos enquanto recordamos, com carinho. Não com a impessoalidade de uma pen - têm sempre um cantinho especial, mesmo que as vidas tenham seguido rumos diferentes. 

Não importa a classe social de onde vimos, mas os valores - não me refiro às jóias! - que perduram,  que se interiorizam com a mesma  naturalidade de quando entramos na primeira classe - sem saber ler nem escrever.  E até ai sou uma afortunada, a minha professora primária ainda hoje visita a minha mãe para saber de mim.

Vendo bem as coisas, fui bafejada pela sorte. 

Bem-vindo querido Outubro, as saudades que te tinha.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Calma Coração...

Nos últimos anos, apesar de conhecer algumas pessoas interessantes, não eram cativantes o suficiente para mexerem com toda a orquestra que move o corpo. Não me faziam perder noites a sonhar, nem tão pouco me faziam acreditar num futuro brilhante. Desiludia-me com as mais pequenas coisas. Desculpas fáceis para terminar o que não chegara a começar. Por alto, conto cinco anos em que não me revolvia as entranhas a cada mensagem ou a cada encontro.

Tudo tão mágico, que tive de desaparecer de cena num ápice.

E eis que dou por mim a rezar para que esses tempos voltem, não os dos vazios, mas o da leveza de um coração que passava entre os pingos da chuva da ausência de dor, tristeza e desilusão. A paixão recente, virou a mais dura das decepções. Não por ele, mas por mim. Porque acreditei que tinha potencial para ser bem mais que uma historia a contar, o virar de uma página feliz. Não foi - de todo - o final desejado, longe disso, mas foi o final que - acredito - estava reservado a ser. Como pedimos para reservar a mesa do restaurante, em que o jantar corre lindamente, mas depois dá uma bruta indigestão.

Nem tudo o que parece, é!

Calma coração, já passámos por isto uma vez e ultrapassamos, lembras-te? Naufragamos e encontramos o Norte. O que não tem de ser, não é. Vamos aguardar serenamente por dias melhores, acreditar com todas as forças que nada acontece por acaso, e que ainda vamos ser abençoados. A genuinidade dos nossos sentimentos vão ser reconhecidos e merecidamente entregues.

Até lá, vamos ser fortes, levantar a cabeça e aproveitar para enriquecer a bagagem cultural. Vamos marcar uma viagem e desfruta-la o melhor possível. Resultou da ultima vez, ajudou a descentralizar o que não sai da cabeça, os porquês não explicados. Voltaremos com novas ideias e cheios de vontade para impulsionar o trabalho. A fuga que - sempre - resulta. E dar continuidade aos passatempos que preenchem lacunas inexplicáveis. Vamos ser só nós. Vamos ser egoístas. Chega de tentar perceber onde falhamos. Não resultou. É a versão resumida da história. Não foi por falta de querermos, pois não? Então não nos merecia. Não mereceu as nossas ansiedades, receios, insónias e sonhos.


Vamos os dois juntar os cacos, é um trabalho de equipa e nós somos bons a trabalhar em conjunto. Vamos superar mais este percalço, teste ou o que seja. Construir o tal castelo com as pedras que vamos encontrar, para que possamos formar a realeza que merecemos. Porque merecemos!

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Tudo a seu tempo!

Sempre fez parte do meu imaginário o dia do casamento. Por todos os motivos associados mas em especial por vestir o tão desejado vestido de noiva. Recordo-me de congelar em frente às montras e transportar-me para o mundo encantado de um dia que ainda não aconteceu. 

E sempre pensei: como se escolhe o vestido para um dos dias mais importantes da vida? - dizem! E numa das visitas à loja dos sonhos - a acompanhar orgulhosamente a minha afilhada - a vendedora respondeu: É tão complicado escolher o vestido, quanto o noivo. Mas no dia em que o vestires sentirás que é o ´tal´. E esta frase - mal a Senhora sonha - nunca mais me saiu da cabeça. 

Porém, como acho que tudo a seu tempo, com o vestido tem sido igual. Lembro-me de achar que ia modo princesa. No outro dia, numa das publicidades das redes sociais salta-me não um vestido mas ´o´ vestido. De princesa pouco tinha. Mas tinha tudo o que os trintas pedem: elegância, maturidade, sofisticação e muito glamour. Apaixonei-me. Depois lembrei-me que o processo é ao contrário. E que escolher o vestido é a última parte, a cereja no topo do bolo.

Imaginei. Sonhei. Acordei. 

Continuo a sonhar. E se há alguns anos - décadas! - sonhava com o vestido de princesa e esse gosto se aprimorou - tipo o vinho do Porto. O mesmo se passa com o noivo. Que deve de estar algures numa pipa de carvalho, mais do que amadurecido, perdido, a respirar por uma palhinha e a pedir socorro! À espera da Princesa, sem o respectivo vestido. 

Romancear a vida, o que de bom e mal ela tem, tem os seus encantos. E no meio das fases menos boas, nada como sonharmos, para abrir horizontes e acreditar, que o amanhã pode ser surpreendentemente colorido. Embora hajam dias em que apetece mandar o romantismo às urtigas.

Vou continuar a sonhar, porque se o sonho comanda a vida, quero comandar os meus.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Queres jantar?

Descobri há uns dias que nunca tinha convidado alguém para jantar. Não me refiro a amigas, nem amigos. Tão pouco à família. Mas a alguém que despertasse em mim um interesse especial, uma vontade de conhecer melhor. Não me estou a pavonear de tal feito. Simplesmente percebi que estou mal habituada.

Não sabia sequer como estruturar a frase. Apaguei vezes sem conta. E até perguntei a uma amiga: como se convida alguém para jantar?! E ela respondeu: Simples! Queres jantar? A simplicidade da escrita complicava ainda mais o meu primeiro convite. E a extrema dificuldade em ultrapassar essa barreira deixava-me um nervoso miudinho no estômago e a mão trémula. 

A minha habitual descontracção e positivismo para com a vida, desaparecera perante uma trivialidade para alguns, uma completa novidade para mim. 

A cada tentativa de escrever a frase certa, pensava na possível resposta negativa e isso fazia-me recuar. Depois, relembraram-me de que eu já as dera também e que ninguém morreu por isso. Faz parte.

E esta curiosidade fez-me pensar, para variar.

Pior, percebi que não foi só este convite que não fiz. Nunca fiz convites simplesmente. Nem para um café, nem para um cinema, nem para a praia, nem nas redes sociais, nada! Estou preocupada. Provavelmente sou um bicho em cativeiro com a mania que sou social. Pensei melhor. Sabem, não precisei. Não precisei de conquistar. Aliás, também percebi, que não sei conquistar. Sei lidar com a conquista, geri-la. Conquistar, não sei. Espero que hajam livros de cursos intensivos: como conquistar em 10 dias. Sei lá, secalhar há! 

E por vezes a mão cheia de nada na altura do convite, até se pode transformar numa mão cheia de muito. Mesmo que não seja no que se esperava inicialmente. 

Não ando ao sabor dos desejos e convites - dos outros -, simplesmente nunca senti vontade e/ou necessidade. E sentia orgulho de não ter corrido atrás de ninguém - na fase da sedução, claro. Que palermice. Ou não. Fui conquistada pelas pessoas que tropeçaram na minha vida.

Será a minha vez de tropeçar na vida de alguém? 

Se se tratasse de um filme, veríamos a reacção dos vários personagens, sendo um filme da vida real, temos de aprender a lidar com os acontecimentos, com o bom e o mau que poderá resultar da pergunta. 

Quantas oportunidades se perdem na vida, pelo arrastar e rasurar - pelos mais variados receios - de uma simples frase?

Inspira, expira... Queres jantar hoje? 

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

As tão desejadas...

A contagem decrescente chegara ao fim, estava oficialmente de férias!

Ao contrário de todos os outros anos, optei por uma semana sozinha. Precisava de uns dias para pensar. De me encontrar no meio de uma tempestade de Verão. E embora não lide muito bem com os planos prolongados sozinha, este ano a excepção foi regra e aventurei-me. A bem da verdade ia para um lugar que me é familiar - que adoro - e teria sempre a praia como companhia. Assim foi. Nos primeiros dias estranhei, mas depois entranhei e fui percebendo as vantagens.

Decidi explorar mais a zona, descobri refúgios paradisíacos. Todos os dias elegi uma praia diferente, em pleno Agosto mudava de praia, mas os habitantes temporários em pouco divergiam. Entre as famílias típicas, os grupos de amigos que contavam as experiências das noites anteriores, - que eu devo de estar a ficar velha porque já não me vejo a fazer metade! - os casais que discutiam, as crianças que gritavam e as que brincavam, os pais que reclamavam, o tic tac das raquetes, os senhores das bolas de Berlim (com creme!) e das caipirinhas, os vendedores ambulantes, o rebentar das ondas, o Sol e eu. Todos tinham de se ajustar uns aos outros. Menos eu. Fiz os meus horários, pude alterar de acordo com as minhas vontades. Mergulhei os problemas, as duvidas e os planos nas mais geladas aguas de sempre a Sul. Vi pores-do-Sol maravilhosos. Fiz compras de Verão excepcionais, com toda a calma do mundo, sem me preocupar com o relógio. Descansei. 


Recarreguei baterias para encarar o que vier com o discernimento necessário para tomar as decisões mais acertadas.

Dizem que se a vida nos dá limões, devemos fazer uma limonada. Tudo tem um lado positivo e eu até gosto do amargo do limão.

Não vou dizer que foram as melhores férias de sempre, claro que não! Mas foram - e ainda estão a ser - aquelas que vou recordar como minhas, só minhas, minhas até ao fim!

sábado, 2 de agosto de 2014

Prometo!

Sabem aquela altura em que somos estudantes - e achamos que é uma fase terrível, e só percebemos que afinal era mesmo das melhores - como nos diziam tantas e tantas vezes - quando mudamos para o estatuto de trabalhadores com responsabilidades acrescidas? - Pois bem, no final do ano lectivo dizia sempre: para o ano, vou começar a estudar mais cedo e organizar tudo atempadamente. Na altura dos exames vou estar mais descontraída sem estas pressões de fim de ano. Lembram-se? Também vos aconteceu?  Conversa de final de ano - e de inicio - mas a verdade é que acabava sempre da mesma maneira, sem alterações de maior. Assim foi, até à última frequência. 

O mesmo se passa com as conversas das solteiras que muito prometem e poucas cumprem. A conversa é sempre a mesma "quando tiver namorado, ele vai ter de respeitar o meu espaço, não abdico dos nossos jantares" a outra diz "ah, sim! Nada de se meter nas minhas amizades, vocês já existiam antes de ele sequer aparecer" e assim sucessivamente. Mas como sei o que a casa gasta, deixei em aberto a minha opinião. Só ouvi - eu que consigo ganhar a léguas o meu papagaio. 

Eu prometo continuar a jantar tantas vezes quanto as necessárias, mesmo que isso implique discussões e cenas de ciumes. [Prometo compensa-lo.] Prometo compreender quando o amigo precisar de um ombro, assim como ele terá de compreender quando as minhas amigas estiverem desiludidas ou tristes e precisarem de alguém que as oiça sem cobrar e muito menos julgar. Ou felizes e quiserem celebrar. Vale tudo, se elas precisam.

O pior, é que estas promessas sentidas, não ditas em vão, acabam por desvanecer quando encontramos alguém que nos faça palpitar o coração. As atitudes mudam, as desculpas aumentam e na na hora da verdade falhamos, como amigas. Não percebemos o grau de egoísmo na hora, nem na semana seguinte e muitas vezes nem nos anos que se seguiram, só percebemos quando estamos do outro lado, do lado das magoadas, decepcionadas que tudo o que precisavam era da amiga predisposta a apagar o fogo após uma explosão, onde se procuram os pedaços de um coração. Ou simplesmente, quando, ainda em brasas, precisa de um balde de agua fria para serenar a dor de um ferida profunda. Já estive nos dois lados desta história, e aprendi a lição.

Se a base de uma relação passar pelo respeito e compreensão, tudo na vida tem outro valor. Todos os amores são importantes. Todos!

E aos "namorados" que não compreendem o que tanto se faz num jantar de amigas, eu esclareço: sim, também falamos do sexo oposto - de vocês, das surpresas e das atitudes menos boas, julgamos ou amenizamos, depende - mas na maior parte das vezes  tudo o que se faz de errado é falar de trivialidades, algumas futilidades, rimos das coisas mais simples, abstraímos-nos de um mundo cruel, invejoso e maléfico lá fora. Só. 

Aos meus amores relembro, porque nunca é demais: a minha porta está sempre aberta. Não importa a hora, nem o motivo. Se precisam de cá bater. Eu abro.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

O primeiro, é sempre o primeiro!

Estava nervosa, confesso. Morria de vergonha de encarar aqueles que embora sigam o blog, não faziam ideia de quem estava por trás de cada texto. Fui-me abstraindo de que era a primeira vez que os estava a ver, e a cada troca de palavras. A cada frase. A cada sorriso que via esboçado no rosto de cada um, percebia que tinha sido o impulso mais acertado dos últimos tempos. O Sunset estava a ser um sucesso!

PinMe [facebook]
O Sol também compareceu à chamada e estava montado o cenário para aqueles que tiveram  vontade - disponibilidade - e a coragem necessária para ir ao encontro dos desconhecidos. Desconhecidos nos primeiros escassos minutos, e que passaram a futuros amigos - arrisco dizer. Só quem lá esteve para sentir a empatia, a cumplicidade e afinidade que se gerou.

Haviam seguidores desde os arredores de Lisboa a Beja. Das mais variadas profissões. Em comum: a faixa etária, uma bagagem de histórias, vivências e o blog.

O espaço fora assaltado pela boa disposição de quase uma centena de seguidores do blog – eu cumpro! - excelentemente acompanhados pelas várias sangrias, gins e outros que tais, onde se apresentaram - tipo alcoólicos anónimos - trocaram ideias, experiências e testemunharam um pôr-do-sol impar ao som de um dos Dj´s mais famoso, que a pedido, nos fez viajar no tempo. Musicas que todos cantarolavam e num tom bem desafinado se divertiam.  

E o Sunset continuava um sucesso. Era só o que pensava sempre que olhava em volta e via, todos em constante sintonia, em pura harmonia.

As conversas fluíam, de entre os enigmas e mais histórias com os resistentes à hora de jantar. A animação estava garantida e é para repetir.

A todos os que estiveram presentes o meu mais sincero agradecimento. Encheram-me a alma, numa tarde que acabou numa noite quase dia.

"There are no strangers here, only friends you haven´t yet met"

sábado, 19 de julho de 2014

Problemas de um coração.

Esta semana passei mais de metade das horas dos dias no hospital - naquele que foi noticia por razões menos positivas.

Durante essas horas, intermináveis para quem espera, bebi até à última gota as historias. A historia de cada um dos que na hora de medo, contavam o que de mais marcante viveram. E todas elas- todas! - acabavam com uma historia de amor.  Do mais calmo ao mais irreverente. Dos que ainda tinham as suas mais que tudo ao lado aos que as recordavam. Todos falavam da importância de um pilar e de uma família. 

Os olhos brilhavam quando o tema era o lado sem dor do coração que agora fraquejava.

Em comum todos tinham: um coração muito debilitado e as famílias com o coração na mãos.

E de todas as que conheci. Houve uma especial.

O “Bom Vivan” como ele mesmo se apelidou. Tem 68 anos, nascido e criado num dos bairros mais problemáticos de Lisboa. Teve a escola intensiva da vida. Dizia que a tinha vivido da melhor forma que pode. Fez tudo o que lhe apeteceu. Mas que feliz, feliz só tinha sido nos 8 anos que fora casado com a mulher que enfrentou tudo e todos por ele. Sem olhar às origens nem aos “rotolos”. Uma mulher que sendo de uma classe social bem diferente, se limitou a ouvir os batimentos acelerados do seu amor - adoro! Uma doença prolongada roubou-a prematuramente. Não teve filhos. Mas que se agarrava a esse amor para recuperar do AVC - depois de ter superado a grande prova da operação - que lhe roubou a fala durante semanas. O orgulho e saudade estampados no rosto, na voz e nas lágrimas que discretamente limpava. Nunca mais o vi, espero que esteja bem. A viver a vida.

E o meu avô. Não tão fácil de apresentar, porque é o meu. Os seus 80 anos de historias batiam a léguas os Lusíadas em aventuras, um dia faço uma compilação tipo a Anita. Já estou a imaginar os títulos “o meu Avô na …”.

Casado há 58 anos, com filhos, netos e bisnetos. Com uma vida repleta de altos e baixos, mas com uma força de viver invejável. O problema dele não era que alguma coisa corresse mal na cirurgia. O grande drama, era se a minha avó se voltava a apaixonar. Ou seja, uma cena de ciúmes antes desta grande prova, a do coração - no verdadeiro sentido da palavra.

 Espero que cirurgia cárdio-torácica que o encorajamos a fazer para que recuperasse a qualidade de vida perdida nos últimos tempos, seja mais uma a contar no próximo jantar de família, combinado para quando regressar a casa. O sorriso com que acordou, fez-nos respirar de alivio. Os dois avc´s que se seguiram quando já se fazia a contagem decrescente para ter alta, apertaram-nos o coração. A esperança de que tudo vai correr bem - e que o meu Avô não se vai ter de preocupar com a concorrência - encoraja-nos a cada visita. O meu contador de histórias está agora com uma nova dicotomia. Tão difícil de entender quanto de aceitar. Tudo tinha corrido tão bem. A sua energia fora também roubada pelos escassos segundos como se de um sismo se tratasse - ainda que de escala reduzida - roubou-lhe a fala e o movimentos do membro superior direito. Podia ter sido pior, podia. Mas também podia não ter acontecido e tudo ter sido um sucesso. É a vida.

Não há idade para amar. E um amor, é sempre um amor.


Amo-o o tanto, que até prometi esquecer o que ele me disse no Natal.

 “Vou pedir ao tempo, que me dê mais tempo,” tenho de olhar para si.

terça-feira, 24 de junho de 2014

A verdade devastadora!



É tão difícil dizer que não estamos interessados quanto nos declararmos.
Se por um lado, dizermos a alguém que “vamos ser só amigos” fere. Declararmos-nos, cria um frio que percorre a espinha na incerteza de que do outro lado não vem a dolorosa e afiada frase que tentamos - interiormente - acreditar que não vai ser dita. Enfrentarmos a verdade de cabeça erguida e aceita-la com a naturalidade que merece nem sempre é fácil. Orgulho ferido ou simplesmente negação. Do outro lado, por vezes, a ingenuidade de um sentimento que simplesmente não existe. Mesmo que, muitas vezes, até gostávamos que existisse - seria tão mais fácil.
Os dois lados são extremamente complicados, mas ninguém disse que a vida era fácil.
Li, no outro dia, um artigo sobre as leis da atração  http://terapiassexuais.blogspot.pt/2014/06/as-leis-da-atracao.html e ainda assim continuo pouco esclarecida - a teoria está lá. A verdade é que é algo que não controlamos e daí o que agrada a uns, não agrada a outros. Não se explica, sente-se. O sangue fervilha. E o frio depararece num caldeirão de emoções.

Extremamente curiosa a parte em que “ Sabia que os homens podem interessar-se por mulheres diferentes dependendo se é manhã ou tarde? E que as mulheres podem sentir-se atraídas por homens de tipos muito distintos consoante a altura do mês? É a química a funcionar e, embora não se saiba ainda "da missa a metade", já muito é explicável e até mensurável." 
Prometo testar a teoria! E perceber em que perfil eu me encaixo.
A verdade é que os sentimentos, puros e sinceros não se explicam mas requerem respeito. E devem de ser tratados com o maior carinho. São preciosos. E como qualquer preciosidade devem de ser protegidos. Ninguém tem culpa de se sentir atraído, apaixonado ou mesmo encantado - mesmo que não correspondido. Acontece. 

Uma outra curiosidade: não nos interessamos por quem se interessa por nós. Não à partida, mas o oposto, ou pelo menos, o que nos rejeita numa primeira fase - com as devidas excepções. O fruto proibido continua a ser o mais apetecido. E esta lei que não se explica merecia ser autuada como um crime gravíssimo, punida pelas leis mais severas. 

Se temos alguém que nutre por nós um carinho extremo e disposto a fazer-nos felizes porque a tentação tem de morar ao “lado”? 

Criamos uma esperança baseada em supostos direitos, probabilidades, pressupostos ou promessas, de forma inconsciente nas pessoas que nos rodeiam.  Sentimentos que se confundiram numa fase mais carente. O não corresponder das expectativas na hora da verdade e o fazermos desabar  - ou desabar - perante a verdade devastadora. Quando acharam que o caminho era aquele, quando as famosas borboletas deixam o casulo para se afirmar e  não foram correspondidas. A desilusão. O recomeçar de uma procura, de uma busca - do tal tempo que achavam que iam recuperar, e nós - espelho da dura verdade  - fazemos um `call´ ao `allin´ e levamos na mão uma sequência real. Matamos o jogo. E muitas vezes, só nesse ponto percebem que não foi ´bluff´.
E a alteração comportamental - inevitável - dos esclarecidos amigos. Este sentimento por si só já é maravilhoso. Preservem. Separem o trigo do joio. A vida é feita de relações, não podem ser todas amorosas. As amizades - as verdadeiras - são pilares fundamentais na estrutura de um ser. 
Incomoda-me acreditar que temos um destino traçado, recuso-me ser uma marioneta da minha  própria vida. Aceito, não com naturalidade, mas com maturidade o que o destino me for reservando. E tento ser feliz em cada fase, a cada obstáculo. 
Um sentido pedido de desculpas aos que magoei. Não por querer. Mas pelo conjunto de factores que não abonaram a favor em determinada fase. Aos que - agora - continuo a magoar porque não sou capaz de aceitar uma condição só porque sim. Desculpem, por acreditar que não há idade para amar.  Desculpem se vos desiludi. Aos que não amei da mesma forma, mas amo de uma outra. Desculpem, mas vou continuar à espera - dele.
Não devemos de criticar, julgar nem cobrar, muito menos quando envolve sentimentos. 
Sabem porquê?
Acontece sempre aos outros, até que um dia, nós somos os outros de alguém.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Proposta (In) decente!

Tendo feito parte da minha e da vida de alguns, gostava que me brindassem com a vossa presença num evento. As opções que vos proponho são: jantar, convívio ou um sunset  a organizar, o local dependerá da adesão, para isso lancei uma sondagem (lado direito do blog), votem em consciência! - As eleições também deveriam de ser assim, talvez diminuíssemos a percentagem de abstenção.

Independentemente do número de adeptos gostaria ainda de poder contar convosco de forma a que neste dia também pudéssemos ajudar uma associação sem fins lucrativos com alimentos.

Na minha opinião seria interessante cruzar tantas pessoas numa mesma fase num mesmo sitio, trocarmos ideias e fazermos novas amizades.


Gostava muito de poder conhecer os que seguem o meu blog com tanto carinho.


Directamente para cada um de vocês o meu sentido obrigada!


quinta-feira, 5 de junho de 2014

Dia D!

Se há em mim todo um desejo de criar uma ligação - de preferencia para a vida - uma serie de questões se levantam. Não sei se devido ao cansaço ou pensamentos provenientes de um interior sequioso de tanta coisa,  dei por mim a pensar e uma vez mais a partilhar receios e desejos. 

Há uns meses atrás, num banal dia de compras no dia da mulher, acabei à conversa com a extremamente simpática e profissional Senhora que me atendeu. Não me recordo a idade mas estava uns anos acima da minha, não creio que o suficiente para poder ser minha mãe. As conversas são como as cerejas e de um vestido chegamos às coisas da vida e de uma relação. Alguns desabafos - acontece-me com frequência quando vou às compras, não sei ao certo o motivo, mas simplesmente acontece. Falo, oiço e acabámos mesmo por comentar algumas inconfidências femininas. E assim foi. Fiquei a saber que a Senhora tinha uma relação, mas que gostava de a ter em casas separadas. E falou das vantagens e desvantagens!

Na altura pensei que fazia sentido o discurso. Outra idade, outras vivências e falta de disponibilidade para a função de dona de casa no sentido de ter a obrigação de lavar cuecas e passar a ferro. Compreendi o ponto de vista e discordei porque penso em constituir família, repartir tarefas e ter “o” pai a acompanhar tudo.


E foi ao pensar voltar à loja que recapitulei tudo e fiquei a pensar nos prós e contras de morar juntos e partilhar um mesmo espaço. Nunca vivi junta. Só mesmo em férias e fins-de-semana! O que torna tudo muito cor-de-rosa. Não chegámos ao ponto de saturação nem tão pouco de arrependimento. 

E o meu lado dramático despertou.


É fundamental haver respeito de parte a parte. Sim, claro. É muito bonito na teoria. Mas por exemplo, não vai haver a altura de reflexão a sós após uma discussão, porque afinal a partilha passa por ai e é um espaço comum. Ou um fica na cozinha até passar a neura e o outro na sala? É que só sei lidar com a parte em que cada um vai para a sua casa e falamos umas horas mais tarde ou vemos-nos no dia seguinte. Não nos vamos chatear porque ele quer ver a bola, mas se for do clube do outro lado da segunda circular e só vir o respetivo canal, já me vai incomodar e então como resolvemos? Duas televisões? Sorteamos? É à semana? Só vemos as series em comum? Deixar a tampa da sanita aberta não me incomoda, mas deixar a cozinha desarrumada já não vou achar piada.  Há um plano para minimizar estas catástrofes familiares antes que aconteçam sem recorrer a produtos químicos? - por acaso há e manhã digo-vos qual! “Ah e tal adoro fazer-lhe o pequeno-almoço” sim, claro. Mas se morarem juntos, ele/ela vão fazer todos os dias o pequeno-almoço? - Se sim, digam que eu quero muito saber o segredo. Como é que falo com a minha melhor amiga, sem que ele oiça? Duplicam os jantares semanais? 

O segredo está no pacote “tudo incluído” do amor? Que inclui: paciência, cedência, ajustes de parte a parte? É que me soa tão a cliché que só posso ser uma insensível.


Se bem que, acordar em “conchinha" todos os dias vale tudo… Ou isso também muda!?!

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Socorro! Estou a apaixonar-me.

Costumo utilizar a expressão de que : a minha vida é como um GPS está constantemente a… recalcular - a rota!

A  minha confiança desmoronasse sempre que penso na possibilidade de me voltar a apaixonar. 

Há escassos segundos em que penso “não quero!!” , depois volto a ser humana, e tanto quanto a minha consciência e bom senso me permitem - assumo - a verdade é que morro de medo!

Na fase - de sempre - em que me sinto melhor com a minha “solteirice” , em que vivo em perfeita harmonia comigo, sinto-me a fraquejar perante um cenário, que não sendo, parece novo.

Oiço o eco de um medo. Não sei se de falhar e uma vez mais os anos passarem ao lado. Se de acertar e dar uma volta radical à minha vida. Se é a adaptação que me assusta ou se é perder a liberdade que tanto prezo e que foi tão difícil conquistar que me apavora. Tantos “ses” que mais me sinto uma adolescente, com medos.

Quando as conversas se estendem mais do que habitualmente permito. Quando dou por mim a pensar várias vezes ao dia em como seria e se valerá a pena o risco. Quando perco o controlo da minha autonomia e me sinto a quebrar, anestesiada pelo desconhecido. 

Se depois dos trinta e com uma bagagem imensa atrás - das vantagens e desvantagens - ficamos muito mais seletivos e exigentes, certo é que há coisas que não controlamos e que me/nos - e não é o NOS da fusão - fogem entre os dedos. Ou se vive ou se esquece. E é essa linha - ténue - o risco que nos predispomos ou não a correr, que fará a diferença. 

Gostava de minimizar a margem de erro. De acertar. De poder prever o futuro e fazer o que é certo. 

Às vezes parece que sou à prova de bala, mas não sou à prova do amor.


sexta-feira, 23 de maio de 2014

Final de temporada...

Em semana da final da Liga dos Campeões em Lisboa, e uma semana depois do final da época desportiva, dei por mim a fazer uma comparação...

O fim de um ciclo. Princípio de outro. Despedidas e contratações.

Adoro futebol. Acompanho outras modalidades mas é o desporto rei o meu preferido. Sei que não é muito comum nas mulheres. Mas o ambiente de um jogo de futebol é arrepiante! Os cânticos! Os vinte e seis protagonistas em campo absorvem qualquer pensamento. A concentração dos milhares que assistem e o êxtase de um golo! É uma terapia. Por mais estranho que pareça.

Como diz o hino do meu clube “dos netos aos avós” e assim é. Não me lembro de escolher a cor do coração. Desde de sempre que vou ao estádio - é o único sítio em que não há fila para a casa-de-banho das mulheres! - e acompanho religiosamente o que acontece no meu e na maioria dos clubes europeus. O meu irmão sempre esteve ligado a esse mundo e de uma forma natural o tema "futebol" sempre foi tema de conversa familiar. Há alturas em que gostava de ser homem, era a minha única hipótese de ouvir um estádio a gritar o meu nome... Ou simplesmente ir ao centro do relvado com casa cheia. Por mais estranho que continue a parecer.

E foi no último Domingo de jogo da época que já terminou - em que fizemos uma brilhante temporada - que percebi que frequento um dos sítios em que há mais homens por m2 e nunca tinha pensado nisto como um ponto em comum com o sexo oposto.

Uma relação é como um jogo de futebol em que contratamos pessoas - sem sequer nos apercebermos - substituímos e até expulsamos - umas por acumulação de amarelos outras com vermelho directo!. Feliz ou infelizmente há o momento em que seguimos para prolongamento e inevitavelmente alturas em que perdemos e outras em que ganhamos nas grandes penalidades. Há momentos decisivos e cada ponto perdido - ou roubado! - pode fazer a diferença no final da classificação.

Errar é humano. Só erra quem vive e só falha quem está lá para marcar. Não podemos condenar ninguém por errar. Nem condenar alguém por falhar. Desde que desempenhem bem os papeis que têm. É revoltante a injustiça de um fora de jogo mal assinalado ou de um golo limpo anulado. Mas é capacidade de dar a volta ao jogo com estas adversidades que tornam o sabor da vitória tão deliciosa. Tal como no jogo da vida. Se bem que a injustiça de uma má atitude tenha sempre um sabor amargo. E não se esquece. Nem no final da época.

Gerir uma relação, seja ela qual for - de amizade, familiar ou um amor - é como ser presidente de um clube. Onde é difícil dissociar a razão do coração. Onde as decisões podem interferir com todo um ciclo de vida. A nossa vida e a vida dos outros. E é esse o grande desafio que temos diariamente. É por isso que devemos viver a vida com consciência, para que não falhemos “o” penalti nos 90´da final da Liga dos Campeões  da nossa vida!

Que venha a próxima época, estou tão entusiasmada por voltar a jogar a "Champions League"!

domingo, 4 de maio de 2014

Um dia especial...

Não me incomoda não ter uma relação, sei que mais cedo ou mais tarde vai acontecer. Com o avançar da idade tudo acontece - naturalmente - com maior rapidez. Do coração, vivo muito bem com essa condição. Mas o que me faz pensar é que vou ser uma mãe mais velha do que gostaria.

A minha mãe foi precoce neste sentido. O que faz com que tenhamos somente dezassete anos de diferença. Fazendo contas, de forma divertida – se fosse hereditário - eu já poderia ser avó! Mas, mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. E cá estou eu a contrariar a cronologia da árvore genealógica.

Fico felicíssima quando as minhas amigas/os anunciam a boa nova e amo os filhos deles. Acompanho as evoluções e preocupações. O que acaba por me tranquilizar para umas coisas e preocupar para outras. Como se tivesse workshops completos e variados sobre o tema. O que me aguça mais o desejo.

Não sonho com príncipes encantados montados em cavalos brancos nem com pessoas perfeitas. Tento esquecer os estereótipos e ajustar a “chek list”. Mas muito provavelmente, a minha exigência não facilita. Paciência. Estou tão calma que me dá a serenidade necessária para escolher com cabeça e com o coração. Tenho saudades do estômago a borboletar. Mas quero o “tal”. Não mais “um”. Quero a pessoa certa para ser o pai dos meus filhos e o companheiro para a vida.

Se pudesse ter escolhido, teria sido mãe por volta dos trinta. Uma boa altura, penso. Antes não. Precisava deste tempo que tive para mim. Também acho que não teria a maturidade necessária para a educação que hoje sei que gostava que o meu filho tivesse. Por outro lado, não fui mãe porque não quis – já dizia a “bruxa”. Mas só sei e acredito que fiz as escolhas certas, porque não aconteceu. E ainda bem. Agora sei que vou desempenhar tão melhor o meu papel.

O meu relógio biológico há muito que toca. Sinto-me incompleta.

Não perco noites a pensar, mas suspiro… Digo-o com um sorriso: Príncipe aparece, quero tanto ser mãe!

terça-feira, 15 de abril de 2014

Amigos - pouco - coloridos

Num jantar em que por certo, muitos bons rapazes ficaram com as orelhas em chamas, a conversa fluía de uma forma maravilhosa, o relógio e os telemóveis não existiam e tudo parecia perfeito. Até que o tema foi aprofundado e no meio dos vários testemunhos percebi que há quem não se sinta nada confortável com o actual estado civil. E que lidam da pior maneira possível com o assunto. A meu ver, devemos de gostar muito de nós. Relembro a velha máxima de que: “se não gostarmos de nós, quem gostará?”

Há um grupo de pessoas que lida bem com os amigos coloridos, que os têm com plena noção de que é tudo muito físico, embora haja mesmo carinho entre as partes, mas que por algum motivo – dos mais variados – não avançam para outro nível. As que perdem - ou ganham! - o controlo e que acabam na Igreja. E as que não lidam nada bem com estas modernices. E é neste último grupo que me vou focar.

A vulnerabilidade faz com tenham comportamentos contra natura. São mulheres inteligentes, realizadas profissionalmente, bonitas, que tinham tudo para estar de bem com a vida. Não fosse esta não lhes facilitar a única coisa que elas desejavam: uma relação. Elas só se querem sentir amadas e acabam por se sentir usadas. Ouvi relatos de situações impensáveis neste mundo tão avançado tecnologicamente para umas coisas e tão parado ainda para outras. Uma nuvem negra mudou a paleta do arco-íris destas mulheres tão fortes aos olhos dos outros e no fundo tão frágeis.

Frágeis, porque se sentem carentes. Não por inocência. 

Quase todas acabavam com “mas sentia-me sozinha”. Compreendo. Feliz ou infelizmente. Mas do que adianta ter companhia para um par de horas se no fundo não é o que queriam? O desespero – ou a pressa – nunca foi amiga da perfeição. E uma relação forçada certamente não será a parceira ideal. O "não" é um direito que nos assiste. 

Refiro-me particularmente as mulheres, muito provavelmente também acontece com o sexo oposto. Mas tenho a ideia de que a nível sexual os homens estão mais resolvidos. Se usados, lidam melhor com o assunto.

O mundo virtual tem inúmeras vantagens. Eu escrevo de onde me sentir confortável, de pijama, descabelada. Não importa. É onde me apetece. Conforta-me e leva-me para longe. E essa a minha filosofia. Faço o que me apetece. Não o que querem. É uma das vantagens! Não sou nenhuma santa, nem quero vender essa imagem. Sou uma mulher, ciente das decisões que tomo. Tomo-as com a liberdade que me é permitida. E durmo de consciência tranquila e de alma lavada.

Não está na mão de ninguém, só na vossa. 

A carência torna-as alvos fáceis. Quando o que procuram é tão-somente um colo. Um abraço. Um beijo!  

segunda-feira, 24 de março de 2014

Uma paixão!


Não cozinho por obrigação, mas por gosto. Devoro livros de culinária e não perco um programa de televisão relacionado com o tema. Aponto as receitas, reinvento e na maior parte das vezes até corre bem. É a minha terapia quando o dia corre mal e a minha paixão quando o dia corre bem. Gosto em especial de doces e bolos. Adoro chás e ervas aromáticas. Mas as massas são a minha especialidade.

Gosto de todo o tipo de cozinha, se bem que a Japonesa me conquistou e tenho alguns problemas com a Italiana, visto que não gosto de queijo – não contem a ninguém mas ultimamente digo que sou alérgica, porque quando referia esta pequena esquisitice – grande aos olhos de muitos - via o desdém nos olhos de quem recebia a informação ou o silêncio ensurdecedor de quem ouvia o pedido por telefone. Mas respeito tanto quem gosta, que quando cozinho acrescento o ingrediente proibido. Na verdade até fica com melhor aspecto, mas o cheiro, não há volta a dar. Tenho o dobro do trabalho mas nada a que já não esteja habituada. E acho um crime privar alguém só porque eu odeio o dito.

Se há vantagens, é na cozinha.

O frigorífico só tem coisas boas, ninguém se queixa do tempero, da cozedura e tão pouco dos horários. Digo isto, mas eu adoro cozinhar para mais pessoas, no entanto, sou sempre a minha grande crítica e vou apurando as novidades até ter razões para fazer brilharetes.

Tenho como regra ter sempre sopas diferentes congeladas, para o caso da preguiça apertar. Sempre que faço uma nova congelo duas doses, desta maneira a base para uma refeição está sempre pronta e ainda tenho opção de escolha. O complemento improviso de acordo com o tempo e com a fome. Por isso, um truque é ter sempre o básico: salada, legumes, massas, farinha, ovos, atum, cogumelos, tomate, ervas aromáticas secas e uns vazos com ervas aromáticas frescas, por exemplo. Têm prazos longos e alternados duram algum tempo. No caso das ervas frescas, para além de serem muito praticas e fazerem a diferença no toque final, aromatiza a cozinha. Carne e peixe separados por doses, para que facilmente se cozinhe. Saber fazer massa quebrada, folhada e de pizza também dá um jeitão. Evito umas idas de última hora e apressadas ao hipermercado. Mesmo que tenham de levedar, aproveito para preparar os restantes ingredientes. Se não, ter congeladas, é sempre uma alternativa.

Outros artifícios – e uso bastante – gelo aromatizado. Ideal para bebidas e com o Sol a espreitar fica bem em qualquer sumo de fruta ou bebidas digestivas. E ainda, azeite aromatizado congelado em couverts, práticos para refogados. E aromatizado - mas não congelado - para saladas e outros temperos.

Aproveito a hora das refeições para fazer algumas actualizações do dia. Sentar-me à mesa é dos meus grandes prazeres. Se bem que abro umas excepções - de vez em quando - e como com a bandeja no sofá. Acontece quando estou com as minhas séries em atraso. Não sei é bom ou mau, mas sabe tão bem!

Compreendo que nem todos gostem de cozinhar e que por isso optam pela comida congelada e umas sanduiches básicas. Ou então, pelo pronto a comer mais próximo. Não querendo estragar o negócio a ninguém, acho que é tudo uma questão de hábito. Para quem está neste grupo, aconselho que comecem a desfolhar uns livros de culinária, principiem por receitas rápidas e saudáveis. Aos poucos vão descobrir que comem melhor, se mantêm entretidos enquanto, pelo menos, tentam e se resultar vão ficar tão entusiasmados que vão querer experimentar outras receitas. E quando derem por vocês estão uns chefes - da vossa casa!

A minha refeição preferida é o pequeno-almoço. Gostava tanto de acordar e ter… pão fresco sem sair de casa! Não, não era fazer, era assim ele cair do céu - estou mesmo a falar do pão. Não sou assim tão sonhadora, pois não? – Continuo a falar do pão - juro!

Se preferia partilhar? Preferia, mas não era a mesma coisa.