quarta-feira, 28 de maio de 2014

Socorro! Estou a apaixonar-me.

Costumo utilizar a expressão de que : a minha vida é como um GPS está constantemente a… recalcular - a rota!

A  minha confiança desmoronasse sempre que penso na possibilidade de me voltar a apaixonar. 

Há escassos segundos em que penso “não quero!!” , depois volto a ser humana, e tanto quanto a minha consciência e bom senso me permitem - assumo - a verdade é que morro de medo!

Na fase - de sempre - em que me sinto melhor com a minha “solteirice” , em que vivo em perfeita harmonia comigo, sinto-me a fraquejar perante um cenário, que não sendo, parece novo.

Oiço o eco de um medo. Não sei se de falhar e uma vez mais os anos passarem ao lado. Se de acertar e dar uma volta radical à minha vida. Se é a adaptação que me assusta ou se é perder a liberdade que tanto prezo e que foi tão difícil conquistar que me apavora. Tantos “ses” que mais me sinto uma adolescente, com medos.

Quando as conversas se estendem mais do que habitualmente permito. Quando dou por mim a pensar várias vezes ao dia em como seria e se valerá a pena o risco. Quando perco o controlo da minha autonomia e me sinto a quebrar, anestesiada pelo desconhecido. 

Se depois dos trinta e com uma bagagem imensa atrás - das vantagens e desvantagens - ficamos muito mais seletivos e exigentes, certo é que há coisas que não controlamos e que me/nos - e não é o NOS da fusão - fogem entre os dedos. Ou se vive ou se esquece. E é essa linha - ténue - o risco que nos predispomos ou não a correr, que fará a diferença. 

Gostava de minimizar a margem de erro. De acertar. De poder prever o futuro e fazer o que é certo. 

Às vezes parece que sou à prova de bala, mas não sou à prova do amor.


sexta-feira, 23 de maio de 2014

Final de temporada...

Em semana da final da Liga dos Campeões em Lisboa, e uma semana depois do final da época desportiva, dei por mim a fazer uma comparação...

O fim de um ciclo. Princípio de outro. Despedidas e contratações.

Adoro futebol. Acompanho outras modalidades mas é o desporto rei o meu preferido. Sei que não é muito comum nas mulheres. Mas o ambiente de um jogo de futebol é arrepiante! Os cânticos! Os vinte e seis protagonistas em campo absorvem qualquer pensamento. A concentração dos milhares que assistem e o êxtase de um golo! É uma terapia. Por mais estranho que pareça.

Como diz o hino do meu clube “dos netos aos avós” e assim é. Não me lembro de escolher a cor do coração. Desde de sempre que vou ao estádio - é o único sítio em que não há fila para a casa-de-banho das mulheres! - e acompanho religiosamente o que acontece no meu e na maioria dos clubes europeus. O meu irmão sempre esteve ligado a esse mundo e de uma forma natural o tema "futebol" sempre foi tema de conversa familiar. Há alturas em que gostava de ser homem, era a minha única hipótese de ouvir um estádio a gritar o meu nome... Ou simplesmente ir ao centro do relvado com casa cheia. Por mais estranho que continue a parecer.

E foi no último Domingo de jogo da época que já terminou - em que fizemos uma brilhante temporada - que percebi que frequento um dos sítios em que há mais homens por m2 e nunca tinha pensado nisto como um ponto em comum com o sexo oposto.

Uma relação é como um jogo de futebol em que contratamos pessoas - sem sequer nos apercebermos - substituímos e até expulsamos - umas por acumulação de amarelos outras com vermelho directo!. Feliz ou infelizmente há o momento em que seguimos para prolongamento e inevitavelmente alturas em que perdemos e outras em que ganhamos nas grandes penalidades. Há momentos decisivos e cada ponto perdido - ou roubado! - pode fazer a diferença no final da classificação.

Errar é humano. Só erra quem vive e só falha quem está lá para marcar. Não podemos condenar ninguém por errar. Nem condenar alguém por falhar. Desde que desempenhem bem os papeis que têm. É revoltante a injustiça de um fora de jogo mal assinalado ou de um golo limpo anulado. Mas é capacidade de dar a volta ao jogo com estas adversidades que tornam o sabor da vitória tão deliciosa. Tal como no jogo da vida. Se bem que a injustiça de uma má atitude tenha sempre um sabor amargo. E não se esquece. Nem no final da época.

Gerir uma relação, seja ela qual for - de amizade, familiar ou um amor - é como ser presidente de um clube. Onde é difícil dissociar a razão do coração. Onde as decisões podem interferir com todo um ciclo de vida. A nossa vida e a vida dos outros. E é esse o grande desafio que temos diariamente. É por isso que devemos viver a vida com consciência, para que não falhemos “o” penalti nos 90´da final da Liga dos Campeões  da nossa vida!

Que venha a próxima época, estou tão entusiasmada por voltar a jogar a "Champions League"!

domingo, 4 de maio de 2014

Um dia especial...

Não me incomoda não ter uma relação, sei que mais cedo ou mais tarde vai acontecer. Com o avançar da idade tudo acontece - naturalmente - com maior rapidez. Do coração, vivo muito bem com essa condição. Mas o que me faz pensar é que vou ser uma mãe mais velha do que gostaria.

A minha mãe foi precoce neste sentido. O que faz com que tenhamos somente dezassete anos de diferença. Fazendo contas, de forma divertida – se fosse hereditário - eu já poderia ser avó! Mas, mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. E cá estou eu a contrariar a cronologia da árvore genealógica.

Fico felicíssima quando as minhas amigas/os anunciam a boa nova e amo os filhos deles. Acompanho as evoluções e preocupações. O que acaba por me tranquilizar para umas coisas e preocupar para outras. Como se tivesse workshops completos e variados sobre o tema. O que me aguça mais o desejo.

Não sonho com príncipes encantados montados em cavalos brancos nem com pessoas perfeitas. Tento esquecer os estereótipos e ajustar a “chek list”. Mas muito provavelmente, a minha exigência não facilita. Paciência. Estou tão calma que me dá a serenidade necessária para escolher com cabeça e com o coração. Tenho saudades do estômago a borboletar. Mas quero o “tal”. Não mais “um”. Quero a pessoa certa para ser o pai dos meus filhos e o companheiro para a vida.

Se pudesse ter escolhido, teria sido mãe por volta dos trinta. Uma boa altura, penso. Antes não. Precisava deste tempo que tive para mim. Também acho que não teria a maturidade necessária para a educação que hoje sei que gostava que o meu filho tivesse. Por outro lado, não fui mãe porque não quis – já dizia a “bruxa”. Mas só sei e acredito que fiz as escolhas certas, porque não aconteceu. E ainda bem. Agora sei que vou desempenhar tão melhor o meu papel.

O meu relógio biológico há muito que toca. Sinto-me incompleta.

Não perco noites a pensar, mas suspiro… Digo-o com um sorriso: Príncipe aparece, quero tanto ser mãe!