quinta-feira, 21 de agosto de 2014

As tão desejadas...

A contagem decrescente chegara ao fim, estava oficialmente de férias!

Ao contrário de todos os outros anos, optei por uma semana sozinha. Precisava de uns dias para pensar. De me encontrar no meio de uma tempestade de Verão. E embora não lide muito bem com os planos prolongados sozinha, este ano a excepção foi regra e aventurei-me. A bem da verdade ia para um lugar que me é familiar - que adoro - e teria sempre a praia como companhia. Assim foi. Nos primeiros dias estranhei, mas depois entranhei e fui percebendo as vantagens.

Decidi explorar mais a zona, descobri refúgios paradisíacos. Todos os dias elegi uma praia diferente, em pleno Agosto mudava de praia, mas os habitantes temporários em pouco divergiam. Entre as famílias típicas, os grupos de amigos que contavam as experiências das noites anteriores, - que eu devo de estar a ficar velha porque já não me vejo a fazer metade! - os casais que discutiam, as crianças que gritavam e as que brincavam, os pais que reclamavam, o tic tac das raquetes, os senhores das bolas de Berlim (com creme!) e das caipirinhas, os vendedores ambulantes, o rebentar das ondas, o Sol e eu. Todos tinham de se ajustar uns aos outros. Menos eu. Fiz os meus horários, pude alterar de acordo com as minhas vontades. Mergulhei os problemas, as duvidas e os planos nas mais geladas aguas de sempre a Sul. Vi pores-do-Sol maravilhosos. Fiz compras de Verão excepcionais, com toda a calma do mundo, sem me preocupar com o relógio. Descansei. 


Recarreguei baterias para encarar o que vier com o discernimento necessário para tomar as decisões mais acertadas.

Dizem que se a vida nos dá limões, devemos fazer uma limonada. Tudo tem um lado positivo e eu até gosto do amargo do limão.

Não vou dizer que foram as melhores férias de sempre, claro que não! Mas foram - e ainda estão a ser - aquelas que vou recordar como minhas, só minhas, minhas até ao fim!

sábado, 2 de agosto de 2014

Prometo!

Sabem aquela altura em que somos estudantes - e achamos que é uma fase terrível, e só percebemos que afinal era mesmo das melhores - como nos diziam tantas e tantas vezes - quando mudamos para o estatuto de trabalhadores com responsabilidades acrescidas? - Pois bem, no final do ano lectivo dizia sempre: para o ano, vou começar a estudar mais cedo e organizar tudo atempadamente. Na altura dos exames vou estar mais descontraída sem estas pressões de fim de ano. Lembram-se? Também vos aconteceu?  Conversa de final de ano - e de inicio - mas a verdade é que acabava sempre da mesma maneira, sem alterações de maior. Assim foi, até à última frequência. 

O mesmo se passa com as conversas das solteiras que muito prometem e poucas cumprem. A conversa é sempre a mesma "quando tiver namorado, ele vai ter de respeitar o meu espaço, não abdico dos nossos jantares" a outra diz "ah, sim! Nada de se meter nas minhas amizades, vocês já existiam antes de ele sequer aparecer" e assim sucessivamente. Mas como sei o que a casa gasta, deixei em aberto a minha opinião. Só ouvi - eu que consigo ganhar a léguas o meu papagaio. 

Eu prometo continuar a jantar tantas vezes quanto as necessárias, mesmo que isso implique discussões e cenas de ciumes. [Prometo compensa-lo.] Prometo compreender quando o amigo precisar de um ombro, assim como ele terá de compreender quando as minhas amigas estiverem desiludidas ou tristes e precisarem de alguém que as oiça sem cobrar e muito menos julgar. Ou felizes e quiserem celebrar. Vale tudo, se elas precisam.

O pior, é que estas promessas sentidas, não ditas em vão, acabam por desvanecer quando encontramos alguém que nos faça palpitar o coração. As atitudes mudam, as desculpas aumentam e na na hora da verdade falhamos, como amigas. Não percebemos o grau de egoísmo na hora, nem na semana seguinte e muitas vezes nem nos anos que se seguiram, só percebemos quando estamos do outro lado, do lado das magoadas, decepcionadas que tudo o que precisavam era da amiga predisposta a apagar o fogo após uma explosão, onde se procuram os pedaços de um coração. Ou simplesmente, quando, ainda em brasas, precisa de um balde de agua fria para serenar a dor de um ferida profunda. Já estive nos dois lados desta história, e aprendi a lição.

Se a base de uma relação passar pelo respeito e compreensão, tudo na vida tem outro valor. Todos os amores são importantes. Todos!

E aos "namorados" que não compreendem o que tanto se faz num jantar de amigas, eu esclareço: sim, também falamos do sexo oposto - de vocês, das surpresas e das atitudes menos boas, julgamos ou amenizamos, depende - mas na maior parte das vezes  tudo o que se faz de errado é falar de trivialidades, algumas futilidades, rimos das coisas mais simples, abstraímos-nos de um mundo cruel, invejoso e maléfico lá fora. Só. 

Aos meus amores relembro, porque nunca é demais: a minha porta está sempre aberta. Não importa a hora, nem o motivo. Se precisam de cá bater. Eu abro.