quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

É Natal!

Gosto do Natal. Da mensagem, da troca, da partilha, da festa… e das luzes! Do cintilar das ruas, da azáfama e do empenho em fazerem o melhor que podem, com o muito ou pouco que tenham, não importa, há Amor no ar! Amor de verdade, o rejubilar dos corações e um brilho especial no olhar, tornam esta quadra muito especial.
Por arrasto vêm as festas: de família, da empresa, e dos vários grupos de amigos. Mas, se nas festas de família as perguntas incomodativas tardam, mas chegam sempre. A dos jantares de amigos são bem céleres - e igualmente desagradáveis - mas ditas num tom ingénuo - para além de curioso - de quem não percebe a farpa que espeta com a pergunta mas indesejada do Ano!
Quando nos entusiasmamos a contar as boas novas, há sempre alguém que interrompe e diz “ e então um rapazinho por ai, não?” E eis que tudo perde o sentido. O raciocínio desvanecesse e perdemos o Norte, nesta altura do ano provavelmente seria mais o Pólo. E ia de bom agrado ajudar o Pai Natal! Como se nada mais importasse senão o estado civil, como se fosse o ponto alto da vida. É importante, sim. Mas não é tudo.


Depois de inspirar, expirar e contar até dez, pergunto se eles são totalmente felizes e completos só porque têm a cara-metade ao lado. Alguns sei que sim, outros nem tanto. Reforço que não tenho pressa, não tenho. Não me importa a idade nem que tenha de adiar os meus planos, incluindo a maternidade com o relógio que toca num tom tão ensurdecedor. Não me preocupa não ter a prenda extra para comprar. Nem para receber.
Nos tempos que correm, passou a ser um luxo ter um Amor, mas eu refiro-me a um Amor, não a um relacionamento banal. Não a um mero romance. Um Amor! É só isso que me arrebata, um Amor! E menos que isso, dispenso.
Por isso, querido Pai Natal, como me portei bem este ano, aliás fui eleita pela minha resistência física e emocional às contrariedades desde ano, para além de pedir Saúde e amor para todos, não querendo abusar, quero um Amor.
Não daqueles que duram um mês, ou um par de anos. Um a sério. Daqueles que nos fazem querer para sempre. Não sei bem o que isso é, mas dizem que é bom. Não quero só um estomago a borboletar, mas a sensação de plenitude.



terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Especialmente Zen!

Não foi surpresa, já sabia. Mas não foi, de todo, menos entusiasmante ver uma publicação minha na conceituada revista Zen Energy , senti-me a verdadeira Carrie Bradshaw!

Um grande obrigada à equipa e um especial agradecimento à Editora pelo carinho.

Não havia melhor maneira de receber o último, mas longe de ser o menos importante mês do Ano!



sábado, 17 de outubro de 2015

HELP!

Adoro o glamour de uma maquilhagem perfeita. Deliro com a forma como potencia cada traço do nosso rosto. Gosto dos milagres e das surpreendentes transformações, como que por magia. Isso. A maquilhagem transporta-nos para um mundo encantado! Torna-nos mais bonitas e confiantes. 

Gosto tanto e sei tão pouco. 

Tenho tudo e mais alguma coisa, compro sempre com o intuído de me mimar e cuidar. Raramente uso. Ando sempre de cara lavada, quando até me apetecia meter uma corzinha.

Receio arriscar, adio sempre. Amanhã é que é - passou a ser um pensamento frequente. E quando tenho uma ocasião especial, penso sempre que o ontem é que tinha sido.

Um drama! Chegam-me a arder os olhos de tantas as tentativas de fazer um simples risco de eyeliner perfeito! Já vi electrocardiogramas bem mais estáveis! Independentemente da hora do dia do teste, corre sempre mal. E eu até sou de artes, mas a minha cara vira um quadro abstrato a cada prova. Normalmente acerto à primeira no rimel e no batom. Já não é mau!

Eu bem tento truques, mas qual quê. Os meus olhos de piriquito não ajudam, fecho um mal consigo ver bem o que estou a fazer no outro. Ai, ai.

Algum truque infalível?

Preciso de um curso de auto-maquilhagem mesmo mesmo eficaz, alguma recomendação?



quarta-feira, 14 de outubro de 2015

O dia seguinte...

Sinto-me triste. Cansada. Desencantada. Um sem fim de sentimentos que chegaram mal soou a meia noite daquele que foi o meu dia. A inevitável introspecção e as conclusões não tardaram a chegar: está tudo igual, senão pior. Não foi um murro no estômago, mas foi a consciencialização, aquele terrível minuto em que vêm à tona as não opções que mudaram a minha rota. São alguns dos minutos tramados, mas só isso, minutos.

Não me incomoda nada fazer anos, mas a não realização pessoal é especialmente frustrante neste dia.

O que mudar? Onde errei? Não sei.  

Percebo que não vale a pena lamentar-me daquilo que não tenho. Dos objectivos que ficaram pelo caminho neste ano tão espinhoso. Por mim, mantenho o sorriso, a boa disposição, a esperança e os sonhos.

Até porque vendo por outro prisma, tenho saúde, poucos mas bons amigos e uma família com o coração do tamanho do mundo. Provavelmente estou a ser muito exigente - até ingrata - mas se para o ano puder acrescentar um ou dois itens à lista de desejos concretizados, começo a primeira frase com o antónimo da última palavra da deste ano.

Mordi a vela com mais força, esperançada que é este o grande erro que cometo faz anos. Quem sabe a resolução não é fácil, hein?! 

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Num instante chegaram...

Inevitavelmente um dia de reflexão.

A idade do equilíbrio? É que se me distraio... O melhor é aproveitar bem este ano!







segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Não era só um jardim

Jardim, o nosso jardim.

O espaço que um dia tinha sido vigoroso, resplandecente, sinónimo de dias felizes, estava pouco apetecível. 

Cortava-me o coração ver aquelas mesas de madeira ressequidas, lascadas, partidas, aquelas que outrora foram testemunhos de reuniões familiares, de confraternizações e comemorações tão variadas. Os pés partidos e modestamente apoiados em barrotes retirados da pilha de lenha. As plantas, que cresceram sem rumo, sobreviveram graças à rega que pingava a conta gotas, também ali, abandonada à sua mercê, por falta da inspiração e motivação. O adiar constante da restauração não daquele canto, mas de um espaço que reflete os corações estilhaçados pelos desgostos acumulados e desilusões dos que lá habitam. No fundo, tentar reabilitar de alguma forma os descrentes de um amanhã reluzente.

Dei uma nova vida às mesas e cadeiras que dificilmente resistiriam a mais um Inverno, aos vasos partidos, outros abandonados empilhados, ainda com vestígios de terra de Primaveras áureas. Aproveitei o tampo, que o resto desmoronou mal arredei como que num ultimo suspiro, aquele que apesar dos maus tratos e abandono resistiu, com a mesma força com que resistia ás travessuras de outros tempos. Comprei umas vigas e muito arcaicamente construí umas novas pernas, as bases que precisava para trazer uma luz a quem se esquecia de se lembrar de propósito. Foram horas a lixar, dias a medir, cortar, montar e pintar, a procurar inspiração, contrariando toda a inércia que se apoderava de um corpo cansado e de uma mente à beira de um colapso, mas que se esforçava para se manter lúcida e ter o discernimento necessário. 

Reanimei aqueles metros quadrados de nostalgia de um passado afortunado, não sei quanto tempo foi ao certo. Perdi-me na imensidão da recuperação que me propus fazer. Obrigada à mãe Natureza por me revitalizar e me manter Sã.

Chamo-lhe o pequeno jardim aromático, onde agora se recorda, noutros tons: branco, numa tentativa de paz e serenidade interior, o verde, a esperança de um futuro prospero trazida pelas plantas que agora moram nos vasos de texturas variadas, do mesmo tom da mesa de madeira. 

Não era só um pedaço de jardim, mas os nossos sonhos roubados antes de amadurecerem.

É o nosso jardim novamente semeado, sequioso de vida, da vida privada pelas suas leis.  

sábado, 26 de setembro de 2015

Egocentrismo: mode on!

A solteirice provavelmente tornou-me uma pessoa mais solitária e acima de tudo - ainda - mais independente. Até ao cinema já consigo ir sozinha! - surpreendo-me a mim mesma!

O ser humano é um animal de hábitos e eu não sou exceção, habituei-me a estar só e a desenvencilhar-me sem recorrer a ninguém. E de coração, faço-o com gosto, vejo como sendo normal. Receio até estar tão conformada com a situação. Sinto que o egocentrismo se apoderou de mim e eu passei a ser o centro do Universo. Principalmente ao final do dia, sinto uma necessidade extrema de estar sozinha, meter o telefone em modo "não incomodar" - que não me deu descanso o dia todo - esquecer que existe rede sem fios e que posso aceder à internet e contactar o mundo em qualquer canto da casa. Se os que me rodeiam reclamam? Oh, se reclamam, mas no fundo, compreendem. Não sei se será uma fase, se o rescaldo de um Verão extremamente problemático, se um novo modo de vida. Atenção, diferente de isolamento, eu tenho uma vida dita normal. E poder dar-me ao luxo de pensar algumas horas do dia só em mim, é uma vantagem colossal. Faço o que me dá na real gana. Na maior parte das vezes, o simplesmente não fazer "nada", é tudo.

Está-me a saber pela vida esta egocentricidade consciente.

No meio deste desabafo, durante a conversa de almoço com a amiga que tem a data marcada para enriquecer o anelar esquerdo, diz-me - de peito cheio: que não vai às compras - referindo-se a roupa e afins, não às compras para a casa - se não for com o respectivo e vice-versa. Perplexa, perguntei: já lhe perguntaste se ele gosta mesmo disso? Tens a certeza que ele não gostava de tirar umas horas só para ele, comprar o que lhe apetecesse e até surpreender-te? Ao qual ela responde indignada: espero que não! E tu, não gostavas de ir sozinha? Repliquei. Parou por segundos, suspirou, encolheu os ombros e baixou os olhos. Impávida - e pouco serena - comi e calei, enquanto tentava digerir a conversa e pensar se estaria eu errada, sempre gostei de ir às compras sozinha. Nunca me pareceu que isso fosse algum aspecto negativo ou de discórdia, até quase que jurava que me agradeciam por não os fazer penar horas a fio fechados num centro comercial. Quando acontecia, muito ocasionalmente, aí sim, tinham - ou eu - toda a paciência do mundo, precisamente por ser tão esporádico. E longe de ser uma obrigação.

Moral da história: provavelmente os dois andam a fazer o frete quando acham que estão a ser normais. Desculpem que vos informem: não estão! Estão?!

Inspirei e expirei profundamente de alivio por perceber que a liberdade de simplesmente respirar sem dar explicações é uma dádiva! Aproveitem enquanto podem!

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Escolher, é um direito. Amar, também.

Escolher, é um direito! Sim. Estranha a liberdade que cada um tem de escolher. Não sendo assim tão livre a escolha, porque na verdade eu acho que nem se escolhe, acontece. 

Aquele momento, em que o cúpido estrategicamente colocado naquela esquina sem que nos apercebêssemos mas metemos-nos a jeito. Pois bem, como nunca sabemos quando o menino das asas e uma seta na mão nos resolve fazer mira, não há relação que esteja a salvo. Pode acontecer a qualquer um, a qualquer hora. Façam pelas relações. Esforcem-se como no primeiro mês. Guardem o que é bom de guardar e sejam menos rancorosos. Admirem. Surpreendam. Acarinhem. Mimem. Protejam. Amem.

É tramado o sentimento de que o dito - provavelmente distraído - acertou com a flecha naquele que outrora nos preenchia. Porque não acertar de uma vez só e deixar-nos descansados e felizes?! Dizem que são os testes da vida, não sei é verdade ou não. Mas se não preservarem a relação, terão de esperar pela inspiração do filho do cúpido. E ai, já com a experiência anterior falhada, sejam mais puros. Não compliquem. Vivam. Eternizem os momentos.

Na novela da vida real aprendi que se há coisa que não se mendiga é amor. Não se força uma paixão. Não se implora atenção. Quando se quer, do longe faz-se perto. Encurtam-se distâncias e aumentam-se as horas do dia. Cada segundo conta. Desdobram-se em múltiplos com facetas desconhecidas.

Amar, também é um direito!

Saber deixar voar quem precisa, respeitar quem nos respeita e Amar quem merece ser amado. E se assim não for, é porque não vale a pena.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Bem-Vindo Outono!

Há muito que queria retomar este meu espaço. No entanto, depois de uma paragem tão longa, é difícil escolher o momento certo para regressar. Acompanhei atrás dos panos cada gosto, cada comentário mas fraquejei na hora de voltar. E as saudades corroeram-me até ás entranhas.

Procurava um dia especial, e eis que anunciam a chegada do Outono. Não é tarde nem é cedo, pensei. Hoje, 23 de Setembro às 8h21 entrámos oficialmente numa das minhas estações do ano preferidas. Depois de uma Primavera/ Verão tempestivas, regresso, cheia de tudo e com tão pouco. Não é necessariamente mau, antes pelo contrário. Fiz uma triagem pessoal. Um retiro emocional. E ainda, uma viagem profissional.

Que o Outono me mime muito e que o Inverno me arrebate de forma sublime.


terça-feira, 28 de abril de 2015

You´ve got a message!

Acordei, depois de adiar algumas vezes o despertador. Mais um dia -  pensei, extremamente revoltada com a rapidez com que a noite passou.

Tinha adormecido numa inquietação de pensamentos. Depois de despertar, percebi que o telefone não tocara só para me provar que é ele quem ordena a minha vida, mas que me presenteava com uma mensagem. Correcção, com a mensagem que me serenou o espírito, aqueceu o coração e me deixou maravilhada.  



Não, não foi numa folha timbrada nem especialmente escolhida para impressionar. Não tinha o cheiro a fresco da frase ou perfume no papel recém dobrado. Não trazia selo, nem foi deixada no correio normal. Foi das modernas, que se enviam a qualquer hora, todos os dias da semana sem serem precisos intermediários. Não podem ser guardadas na gaveta para mais tarde recordar, mas também não nos trazem nostalgia ao serem relidas. É o preço da rapidez com que são entregues. Sem esperas, nervosismos ou incertezas se chegou ao destino. E se bem escritas - com o coração - estão longe de serem impessoais. Vantagens das novas tecnologias. Se bem que tenho saudades do toque intemporal de uma carta. Uma dualidade de sentimentos em relação à forma como é enviada, mas nenhuma dúvida quanto ao enternecedor conteúdo.

E até agora penso, será que estou a sonhar? Se estiver, não me acordem por favor!

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Love is...


"Love is passion, obsession, someone you can't live without. I say, fall head over heels. Find someone you can love like crazy and who will love you the same way back. How do you find him? Well, you forget your head, and you listen to your heart. And I'm not hearing any heart. Cause the truth is, honey, there's no sense living your life without this. To make the journey and not fall deeply in love, well, you haven't lived a life at all. But you have to try, cause if you haven't tried, you haven't lived."  
                                                                                                             in Meet Joe Black

terça-feira, 21 de abril de 2015

O inesperado aconteceu.

Há semanas que adiávamos o jantar, até que batemos na mesa e dissemos: é este Sábado!

Os dias passam e perdemos a noção de tempo, tal é a velocidade a que o relógio anda e consequentemente os dias do calendário. A correria desde manhã, qual montanha de problemas, um evareste a sufocar. E viver que é bom, nada. Posto isto, resolvemos que chegava de zaping e lamentações dos últimos fins-de-semana.

Pensámos em jantar num sitio badalado, mas onde pudéssemos ir mais descontraídas sem o salto alto indispensável de outras épocas. Aliás, já não tenho resistência - idade!! - para uma noite de salto agulha e nem os compensados me encorajam. A maravilhosa calçada portuguesa também não recomenda. Calçado confortável -  mas elegante - e lá fomos nós.

A preferência recaiu num dos mercados da moda, a escolha não poderia ter sido melhor. As opções gastronómicas são as mais variadas e ainda socializamos de forma casual e descontraída. É inevitável ouvir as conversas alheias, mas, sinceramente, ninguém está preocupado com isso, o que torna tudo extremamente agradável e relaxante. Uma espécie de viagem dentro da cidade. Companheiros de jantar que dificilmente se voltarão a cruzar, como se estivéssemos de passagem num outro país. Sem uma mesa só para nós, é certo, mas com uma dinâmica contagiante.

Terminámos pouco passava das 23h30, optámos por caminhar até nos apetecer parar - as tais vantagens - e alguns metros depois, lembrei-me de apresentar a antiga boate mais procurada em Lisboa. Certamente que muitos já lá foram e dispensa grandes apresentações, mas é sempre uma aventura lá entrar. A meio da visita guiada, a minha amiga vê a taróloga  de serviço, e desafiou-me a embarcar na experiência do desconhecido. Hesitei. Acho que é um perigo ir a estas coisas, porque ou as estrelas estão alinhadas, corre bem e seja, ou não, verdade dá-nos um incentivo extra, mas se corre mal, a experiência pode ser traumática, porque será inevitável abstrairmos-nos no próximo par de horas.

Não era uma estreia, já o tinha feito anteriormente mas de forma consciente, com marcação antecipada, não desta forma - meio - impulsiva. Para quem tiver curiosidade foi assim que aconteceu.

Depois de alguma insistência, lá fui.

Enquanto ganhávamos  a coragem necessária, recostamos-nos na cama que fica em frente à pequena mesa redonda coberta com um tecido vermelho escuro, com tantos outros suspensos no teto e elevada em relação ao resto da sala, tornando-a mais especial e que encaixa na perfeição naquele cenário onde a perversão reinou noutros tempos, mas que deixou todo um ambiente intocável, que dá que pensar, mas é essa diferença que torna o local especial.

Enquanto esperávamos pela nossa vez, chega uma rapariga muito acelerada e pergunta: estão na fila? Respondemos sem grandes certezas, porque a bem da verdade estávamos com o receio natural. Depois do nosso tremido sim, a Tânia - soube depois, não é nome fictício mas também não acho que ela vá ler - confessa ter trazido o amigo porque na outra vez que lá tinha ido a entendida do tarot tinha acertado em tudo. Ora, se dúvidas houvessem, tinham acabado de desvanecer e o entusiasmo disparou.

Em menos de nada, estávamos os quatro na cama, confortavelmente instalados e a conversar como se nos conhecêssemos desde sempre. Minutos depois chegaram mais dois amigos do dueto anterior e, não sei se atraídas pela boa disposição, duas inglesas - não, já não cabiam todos na cama - apoderamos-nos mesmo do espaço. Apresentamos-nos, trocamos histórias, rimos e partilhamos experiências. Aquela sala, sendo a mais pequena, ficou mínima para tantos desconhecidos bem-dispostos, sem receios ou preconceitos ou tabus.

Escusado será dizer que o relógio não foi nosso amigo e cada um teve de seguir o seu rumo. Nada como uma saída sem expectativas se transformar numa noite a recordar. E tudo o que me fazia ficar em casa nas semanas anteriores por lá ficou, porque não tive sequer espaço ou tempo para me lembrar.

Valeu muito a pena embarcar na aventura, não só pelos escassos minutos que me deram uma injecção extra de adrenalina para o futuro, mas principalmente por ter sido o elo de ligação ou - entrando no espírito - coisas do destino. Porque se não parássemos na incerteza movidos pela mesma curiosidade, teríamos simplesmente seguido para a sala seguinte. E, muito provavelmente teria sido, só mais uma noite.









domingo, 12 de abril de 2015

O que não nos mata torna-nos mais fortes!

Na maior parte das vezes arrastamos relações que sabemos que estão condenadas à partida, por variantes de um mesmo factor: o medo. E por ele, perdemos anos de vida, auto-estima, amigos e até metemos em causa laços familiares.

Desrespeitar alguém, não é só trair. Nem bater. Há palavras que doem mais do que uma chapada - e não há ditado sem fundo de razão. Os medos fazem com que as pessoas se retraiam. Medo de perder - o que já está perdido. Medo de ter de começar de novo. Medo de sair do patamar desconfortável, mas que é mais confortável que o desconhecido. Medo de dar razão aos outros. Um sem fim de medos que lixam a vida dos inseguros. E quando finalmente tomam uma decisão, percebem as toneladas que saíram de cima e pensam: porque não fiz isto mais cedo?

Claro que cada um reage de uma forma diferente. Sim, temos de respeitar as decisões que cada um toma e o caminho que segue. Mas como avisar do perigo eminente? Como evitar a colisão? Não se evita. Isto porque tenhamos a idade que tivermos, vamos sempre querer provar que os outros estão errados, quando a verdade está na frente dos nossos olhos mas o maior cego é aquele que não quer ver. E quando o ver para querer nos faz pensar no quem te avisa teu amigo é, então é porque descobriste o caminho para a cura.

Ninguém é vitima da "vida". As coisas acontecem sempre por alguma razão. Eu não acredito que fui uma bruxa na encarnação passada, nem que estou a pagar sei lá pelo quê. Se pensarmos bem, bem, bem, há coisas bem piores que uma relação falhada. Por isso, a minha postura perante a vida é sempre positiva. Sofro quem nem uma louca mas o tempo é um bom amigo. - e sempre faço umas viagens.
Não tendo a receita para a cura, vitimarmos-nos não é solução. E se há coisas que me mexem com o sistema nervoso é a voz de um/a coitadinho/a. Não deixem que ninguém sinta pena. Não é um bom sentimento neste campo amoroso. Quem não nos quer, pois bem. não nos merece. Temos de lidar com adversidade de frente. Tirar partido da aprendizagem e viver a vida. Chorar, sim. Porque não? Faz bem extravasar as emoções. Partam pratos, sei lá. Mas não queiram ser coitadinho, por favor!

Sabem, nunca ter desilusões de amor, é um privilegio dos imbecis. E nunca se esqueçam que de todos os impérios, o mais vasto e absoluto é o do amor próprio - fica o desabafo.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Confissão #1 Beija-me!



Não confesso às paredes, mas confesso-vos: o que mais me atrai no sexo oposto é a boca. Uma dentição a roçar a perfeição - e cuidada. A forma como articula as palavras. Um sorriso atrevido e uma gargalhada sentida são um íman para a minha atenção. 

Inevitavelmente o beijo, o jardim das delicias. 

O beijo é dos passos mais importantes, não me refiro a um beijo inocente mas a um beijo ousado, prolongado, envolvente e arrebatador.  Aquele em que o sangue fervilha, a pulsação acelera e solta o lado mais animalesco, selvagem e - desculpem os mais pudicos - normal que há em nós. 

E um beijo, que se digne do seu nome, é o principio de horas de sono perdidas, de voltas na cama e insónias. 

Provavelmente por isso, o beijo é aquele momento em que tudo pode começar ou acabar. 

Um beijo nunca é só um beijo, é a cumplicidade, a química e a física!

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Pós Dia de São Valentim...

O dia dos namorados chegou ao fim, finalmente! - pensei às 23h58 do dia oficial dos comprometidos.

Não que andasse a desesperar ao longo do dia, mas simplesmente porque gosto mesmo do dia mais comercial para quem tem uma cara metade. Tão importante quanto o dia da mãe ou do pai! Vale o que vale, mas acho que deve de ser festejado, por quem pode. Gosto de todas as lamechices, de pensar na surpresa, de ser surpreendida, de me vestir especialmente para a ocasião e das lembranças que ficam para recordar. Daquelas que mesmo quando acabamos a relação e guardamos - algures na última gaveta do armário - ainda sorrimos ao relembrar a momento - mesmo que estejamos no alto mar dos sentimentos.

Nestas datas, ocupar-me é sempre a minha estratégia para enfrentar as vinte e quatro horas não desejadas, este ano cuidar de mim foi o meu lema. Poupei na prenda, gastei comigo. E ainda acabei o dia com a banheira bem cheia e quente envolvida pelos aromas do óleo relaxante e magnificamente acompanhada de um taça de vinho tinto. E continuou numa maratona das minhas series favoritas. E sem despertador neste Domingo - Pós São Valentim. Acordei, com os níveis de energia no máximo, afinal tenho mais 364 dias meus.

Não estava com paciência para jantares de solteiros e muito menos para alinhar em saídas naquela noite onde o engate é certo, afinal a probabilidade de quem está na rua numa noitada destas ser solteiro é altíssima e eu não gosto nada de me sentir um alvo. Ou ir à pesca! Dispenso.

O que faria se tivesse aquela companhia? Teríamos um jantar bem especial, tão especial quanto a nossa relação, tão especial quanto ele. Independentemente do local, arrojava em tudo, afinal a noite pedia que fosse diferente. Porque na verdade acho que estes dias - embora possam ser comemorados todos os dias, sim - servem para ser marcados pela diferença, porque há uma data oficial a comemorar. Para além do que esta implícito, fazia-o sentir - mais uma vez, como todos os outros dias - o quanto era desejado e amado. 

Acredito que tenha sido uma noite entediante para muitos, mas também creio que há sempre formas de contornar os dias menos bons e torna-los inesquecíveis. E acima de tudo é fundamental vivermos bem connosco e aceitarmos a realidade.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Vendem-se sonhos!

A carência é o flagelo dos solteiros. 

O desejo de ter alguém, provar à sociedade mais conservadora que afinal são normais - como se houvesse esta definição - em vez de serem felizes com o que a vida lhes dá de bom. Sofrerem desmedidamente, não com o modo de vida que escolheram mas com o destino que indirectamente lhes foi traçado e que lhes corrompe a sensatez. Comparável a ir a um supermercado com fome, apetece tudo. Assim é a vida de quem vive desesperadamente à espera de um relacionamento: atirasse de cabeça a qualquer promoção - oportunidade. E esta insatisfação perante a condição imposta pelo infortúnio do rumo que lhes foi confinado, não ajuda em nada a tomar as decisões mais acertadas. 

A aspiração de realização é tão forte que aceitam qualquer regra, movidos pelo desespero e por um bilhete de identidade que teima em mostrar que o tempo não volta atrás. O que parece que não percebem, é que mesmo não voltando - que não volta - há uma caminho em frente a percorrer.

As pessoas perdem a capacidade de sonhar. Ficam descrentes num futuro que está, tão somente nas mãos de cada um. Se é fácil falar? Ui, se é. Mas eu falo com conhecimento de causa. Eu sou uma das que não está nesta condição por opção. Mas resolvi fazer as pazes com o passado. E nem aquele dia deste mês [piroso e] lamechas [como o amor deve ser] - que ao coincidir com o Carnaval até nos dá a possibilidade de fazer trocadilhos reles e considerar o dia uma palhaçada - me rouba qualquer sonho. 

Sou positiva por natureza, mas também sou muito terra-a-terra - em tudo. Aceito o bom, o menos bom e o mau. Luto contra pensamentos negativos e sonho, sonho tanto. Deito-me e acordo com a mente sempre focada nos meus sonhos - e objectivos. E num dos momentos em que sonhava acordada, resolvi mudar, o que estava ao meu alcance. À distância de uma boa dose de coragem e de uma dose extra de vontade, decidi sair da zona de segurança e mudar de código postal - entre outras pequenas grandes coisas. Tentar justificar aos meus arrendatários o inexplicável ou contornar ao máximo para que faça algum sentido. Aproveitar-me da minha desenvoltura verbal para que não pareça uma crise porque é tão somente uma necessidade consciente de experienciar uma outra realidade. 

Não que a minha felicidade dependa desta mudança em concreto, mas preciso de me desafiar a mim mesma, de mudar de hábitos, de ver gente nova e conhecer novos lugares. A monotonia do patamar de conforto tornou-se desconfortável, ou a minha teimosia começou a sussurrar-me ao ouvido. E por consequência o desassossego - do bom - e a inquietação - da boa - passaram a ser meus companheiros de viagem.

O pior que pode acontecer é arrepender-me, mas que todo o mal seja esse. Ninguém se pode arrepender de tentar, se avista a solução ou mesmo resolução de uma série de pendentes. Aceitar se não correr como o desejado. Mas correr atrás dos sonhos, mesmo que só façam sentido para nós. Ambição? Também tenho a minha dose. 

Em tempos de revolução pessoal, que seja tão bem sucedida quanto a dos cravos.

Se pudesse vendia sonhos - não dos fritos que têm açúcar e canela que esses ficaram pelo mês deles - mas daqueles que enriquecem qualquer ser. Ensinava a arte de acreditar que os sonhos estão ao alcance de quem sonha! Mesmo quando parece que o mundo inteiro se uniu para nos tramar. 

Decreto o mês dos sonhos! Vamos sonhar, traçar metas - sejam elas quais forem. A primavera está à porta não tarda, os dias vão ficar mais longos, as flores vão brotar e sonhar é tão gratificante.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Os maridos - das outras.

Sempre que me dá um ataque de nostalgia, tento contrabalançar com uma dose de esperança num futuro mais que risonho - um futuro gargalhante! [acabei de inventar].

Não sei se pelo tempo livre a certa altura do dia - se por ter um cérebro que teima em não descansar - que isto é uma movimentação constante. Penso no que devo e no que não devo. Por isso, gosto tanto do horário de expediente, o único período do dia em que estou focada no trabalho - tirando as pausas para café, chás e afins.

Numa dessas mini pausas, começou a passar na rádio Os maridos das outras e por ai fiquei breves - penso eu - segundos. Nunca tinha pensado no assunto, mas percebi que não me casava com nenhum dos maridos das minhas amigas - provavelmente eles também não casariam comigo. Todos tinham defeitos que eu não seria capaz de lidar uma vida inteira. 

São excelentes pessoas, tenho de deixar isto bem claro. Quase perfeitos aos corações delas, e só isso importa. Mas longe de serem o arquétipo da perfeição. A diversidade é grande e não me estou sequer a focar no aspecto físico, só mesmo nas personalidades. 

Do mais independente ao mais submisso. Do mais acomodado ao constante insatisfeito. Do mais maduro ao mais imaturo. Do mais vivido ao mais inocente. Do mais bem humorado ao mais carrancudo. Do mais mimado ao mais picuinhas. Todos têm características bem marcadas. E todos eles encaixaram com elas de uma forma mais ou menos natural. E a ilação é mesmo essa, cada qual tem o seu nível - não de exigência - mas de aceitação, que varia de pessoa para pessoa, até porque nem conseguiria trocar os maridos entre elas, seria impossível.

A vantagem, é concluir que um dia o meu príncipe vai ser sapo aos olhos delas, mas eu vou vê-lo cintilar. Porque o Amor não cega, não deturpa a visão, mas altera a forma como interpretamos e aceitamos os defeitos que cada um tem. Porque amar, é nem precisar de usar a balança para pesar as qualidades vs defeitos. Amar é depender saudavelmente da presença emocional. É querer. É dar. É receber. É ser verdadeiro. É aceitar o bom e o mau - incondicionalmente - até que a morte nos separe.


segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Serão as sogras umas bruxas?

Não compreendo as aversões às sogras. Se tratarmos bem os filhos e nos esforçamos, até podemos ter uma aliada bem forte do nosso lado. Braços de ferros com as ditas não é uma boa estratégia e afinal, foram elas que deram a luz os nossos - futuros - mais que tudo.

E é assim que as vejo, não como bruxas, mas como as mães das caras metade. Se é normal haver conflitos? É! Se é normal haver divergências de ideias? É! Se é possível se darem todos bem, claro que sim. Obviamente que há excepções e essas são mesmo difíceis de aceitar. Ainda assim, é gerir da melhor maneira, porque Mãe é Mãe. E não é justo para nenhum dos lados julgar ou afastar-se de laços tão profundos como a maternidade - extensível à paternidade.

Se souberem aceitar os defeitos dos filhos e tentar contribuir para os melhorar enquanto pessoas então ouro sobre azul. O contrário, é de bradar aos céus! Boa sorte!

Em semana de rescaldo do final da relação do Ronaldo com a Irina, muito me fez pensar o tema. Por um lado, deve de passar a ser um dos mais assediados solteiros do mundo - sim, que o rapaz não fará por menos. Por outro lado, o motivo ser a D. Dolores é no mínimo curioso. Na mansão, nem se devem cruzar. No jardim, tão pouco. Ir ver os jogos com a Senhora, são 90min - mais coisa menos coisas - ninguém morre. As irmãs vão atrás? Eu se fosse irmã do Ronaldo também ia! De louvar a forma como preserva a família. A mãe diz que ele é o melhor do mundo? Hello!!! Ele é o melhor do mundo! Tem três, t-r-ê-s bolas de Ouro! E mais, os motivos para andar sempre genialmente produzida para as ocasiões devem de ser mais numa semana que eu tenho num ano, e refiro-me a casamentos! 

Portanto, Irina, tu que conheceste o nosso orgulho já bonitinho, só me fazes pensar se te desculpaste com a matriarca ou se há alguma coisa por trás do talentosíssimo que nós desconhecemos? Não me digas que preferes o Messi?

D. Dolores, gosto muito de si, podemos ser amigas? - só para esclarecer os rumores claro, é que esta minha costela cusca está assim a modos que inquieta!

E deixem-se de ideias que isso de nunca saber com qual dos carros vem deve de ser uma canseira! 

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Parabéns a nós!!

Criei o meu primeiro blog em 2004, assinava com outro nome e escrevi  365 posts dos mais variados temas. Quando completei o primeiro ano, percebi que não me apetecia mais, queria outras descobertas e ocupações - o problema dos vintes! Embora tivesse sido uma boa experiência, tinha acabado o curso e emigrava em breve à descoberta das terras de nuestros hermanos. Ao longo dos anos tentei apagar, é embaraçoso ler posts com mais de dez anos, mas esqueci-me da password - é o que dá usar tantas. Feliz ou infelizmente vai perdurar num cantinho virtual. De vez em quando, lá vou espreitar a ver se evaporou, mas continua firme!

Seis meses antes de me aventurar outra vez na blogosfera, a minha irmã do coração, criou o dela e aos poucos convenceu-me que seria bom revivermos uma outra fase em paralelo. Mas tanto tempo tinha passado que, a bem da verdade, receava começar. Adiei, até ao dia em que resolvi aceitar o desafio. O virar do Ano foi crucial para o impulso.

Não foi fácil definir o nome ou o tema. Não chegava gostar de alguma coisa, tinha de a viver. E assim nasceu o Solteira aos 30.

Foi complicado voltar a mexer no template - tudo estava diferente "do meu tempo"- já não era meramente intuitivo, já não me lembrava de cor dos códigos e nem conseguia o que pretendia à primeira. Depois de umas tentativas frustradas, lá me entendi com o dito e passamos a ser os melhores amigos. Escolhi o aspecto, as cores, a foto resultou do improviso de um dia ventoso mas que abonou a nosso favor - sem retoques ou truques - o letring e estava tudo alinhavado. Nada foi ao acaso, foi meticulosamente pensado e repensado.  

O ZP - o marido da S. - reclamava de que era uma casa de família e que eles tinham convidados prestes a chegar e nós - as maduras - completamente absorvidas pelo novo projecto, que sendo meu, não teria saído se não fosse ela.

Mais uma noite em claro entre testes e mais testes e o blog com aspecto "cupcake" estava online! Tal e qual como eu tinha idealizado. Perfeito, aos meus olhos.

Um ano passou, e eu não mudava nada. E não quero apagar, antes pelo contrário.

Estamos de parabéns e para durar! Obrigada por contribuírem a tornar o meu sonho realidade! Um grande bem-haja a todos os seguidores!

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Oh vida cruel!

Qual é coisa qual é ela que é lilás por dentro e ás bolinhas por fora?

Eram 7h30 quando o despertador - telemóvel - tocou. Abri os olhos, olhei atentamente para o écran - depois de passar o estrago do clarão da luminosidade - e vejo: Temperatura local: 4º. Pensei: só mais 5 minutos no quentinho! Que na verdade foram 5 + 5 + 5 + 5... O que mudou toda a logística matinal pensada na véspera. Tomei banho a correr. Vesti a primeira coisa que estava à mão. Comi à pressa. Saí a correr. Roguei pragas a mim mesma. Fiz promessas de que regressaria o mais cedo possível. Quase que chegava atrasada à reunião.  Odeio o frio! Odeio! E aqueles segundos em que tenho de saltar da cama são um gigantesco sacrifício.

Se me saísse o Euromilhões só vivia em países no auge do Verão! - vou jogar.

De quem é a culpa?  Dos lençóis polares! De dormir e chorar por mais! A melhor companhia no seu Inverno!

*Suspiro* o que eu dava para estar contigo.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Inicio de semana...

Costumo escrever ao fim do dia / inicio da noite, é uma espécie de terapia ao cansaço - garanto-vos que regenera. Quando não escrevo é porque fui vencida pelo extremo cansaço ou pelo relógio.

Hoje, escrevo de uma pastelaria de Lisboa. 
É uma das minhas preferidas na zona mais empresarial da cidade. Tem uma decoração elegante, muito acolhedora, poltronas imponentes que proporcionam um conforto extra - para quem procura um par de horas confortável. Predomina uma escala de cores que lhe dá um ambiente vintage, ´retro-chic`– adoro este termo - e alguns apontamentos fortes em dourado. Para não falar dos croissants: de comer e chorar por mais - acabadinhos de sair do forno.
Cheguei mais cedo do que o combinado. 
Ao olhar pela grande superfície envidraçada - repostada no cadeirão - dei por mim a fazer o que normalmente só faço em viagens: observar.
Já passa das 17h30, a azáfama começou. Hora de saída para muitos, começa o desfile. As mulheres e homens bem vestidos - devem de ocupar um cargo importante, ou não - mas por esta zona a aparência é cuidada. É bom para ver as modas. 

Os homens, na maioria, saem em grupo, com um ar bem-disposto, aposto que a falarem dos jogos da última jornada - sem grandes casos, logo todos felizes. As mulheres apressadas, provavelmente o infantário está quase a fechar ou não descongelaram nada para o jantar. 
E eu, a beber tranquilamente o meu chá - bem quente - e a cada trago, penso na vantagem que é não ter horas, nem obrigações pós-laborais. 

As minhas amigas chegaram, hora do rescaldo de fim-de-semana, vou aproveita-las que é raro conciliarmos horários.